Por Leonardo Castelo*

Recentemente fomos impactados pelo grande volume de chuvas que tomou o Rio Grande do Sul, um fenômeno natural que tem relação com a forma como a humanidade tem preservado o meio ambiente. No outro extremo geográfico do País, a seca na Amazônia levou a óbito mais de 100 botos por conta da alta temperatura da água, além de submeter a capital Manaus a uma nuvem espessa de fumaça resultante de queimadas na floresta. Enchentes e estiagens fora do previsto causam enormes perdas na produção de alimentos. A escassez de recursos causada pelas mudanças climáticas é uma realidade. E as empresas que melhor se adaptam a partir de soluções inovadoras têm um amplo mercado para explorar e crescer, atendendo a uma nova geração empenhada no propósito de salvar o planeta — e inclusive dispostas a pagar mais em prol da causa ambiental.

Ações como disponibilizar cartilhas com orientações sobre o uso sustentável de recursos naturais, apresentar inovações no que diz respeito a soluções com menor produção de resíduos, implementar ferramentas como a logística reversa, além de práticas diárias como o uso consciente da água são fundamentais, mas não suficientes. É preciso orientar os negócios para buscar soluções e operar de maneira sustentável. Ao contrário do empreendedorismo tradicional, cujo foco principal é o lucro, os empreendedores sociais priorizam o impacto positivo como sua motivação central. Uma das tendências que têm se fortalecido nesse sentido é a moda circular, com uma abordagem de mitigar os impactos no meio ambiente e repensar o consumo e descarte de roupas, apostando em um ciclo contínuo.

De acordo com os dados do Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental, desenvolvido pela Pipe.Social, em 2019 havia no País 1.002 empreendimentos considerados negócios positivos. Em 2022, mesmo sob os efeitos da pandemia de Covid-19, as empresas de impacto social cresceram em número, chegando a um total de 1.272. Apesar desse crescimento, o total ainda é pequeno perto da grandiosidade empreendedora e dos desafios do Brasil. Entre eles vale destacar desde a dificuldade para a captação de recursos até a mensuração do impacto positivo.

Apesar de as empresas se moverem com esse propósito, é necessário foco para não agir superficialmente ou até gerar um impacto negativo, com prejuízos e violação de direitos. No franchising o grande dilema está em promover a conscientização e fornecer educação sobre as práticas sustentáveis, esclarecendo seu impacto positivo para o meio ambiente e para os negócios. Além de identificar quais ações são viáveis e adaptar operações.

Essa nova era está moldando positivamente o mundo dos negócios, inspirando uma geração de líderes que se comprometem com a transformação social. Esse tipo de iniciativa é autossustentável e o diferencial está no propósito em promover uma transformação para o meio ambiente e a sociedade.

Os conceitos do ESG têm se fortalecido. Integrar essas questões estrategicamente contribui para um futuro sustentável, além de fortalecer os negócios, adaptando-os às perspectivas de consumidores sensíveis às questões que envolvem a sustentabilidade.

Para o futuro, a influência do ESG não será apenas uma questão de responsabilidade social, mas uma estratégia de negócios inteligentes. Não se trata de um movimento passageiro, e sim uma revolução que está moldando a forma como as empresas operam. As organizações que incorporam esses princípios tendem a identificar oportunidades de crescimento, ganhar lealdade de clientes e o respeito da sociedade. O ESG está provando que lucro com propósito é o caminho para o futuro dos negócios.

*Leonardo Castelo é CEO do Grupo 300 Franchising Ecossistema de Alto Impacto, co-founder da Ecoville Brasil, co-founder do SALESCLUBE, empreendedor Endeavor Global 2018, empreendedor do ano EY 2019, autor do livro “Sonhe, acredite e faça”.