25/06/2008 - 7:00
IMAGINE UM CASAL PROVENIENTE de Jaguaruana, a 183 quilômetros de Fortaleza, na década de 50, que só fabricava redes e vivia na informalidade. Imagine que, após formalizar o negócio depois da mudança para a capital, eles continuaram no negócio durante 30 anos. Daí o filho assumiu, nos anos 80, e transformou a empresa que fazia fiação de algodão para redes na maior fábrica de denim (o popular jeans) do Brasil. “Meu avô era mascate e meu pai sempre teve espírito de industrial e empreendedor”, comenta Raimundo Delfino Neto, filho do homem que inaugurou a produção de jeans na empresa. Focada inicialmente nas classes C e D, a empresa, dona de 25% de participação no mercado nacional, volta agora suas atenções para a exportação e para um público mais endinheirado. O primeiro passo foi abrir uma unidade fabril na Argentina e mudar o nome de Santana Têxtil para Santana Textiles. “É para internacionalizar”, brinca Delfino Neto. Além disso, comemora o sucesso estrondoso da linha de tecidos premium, o Loco Serious Denim. Lançada em 2005, as vendas da coleção cresceram 402,5% em 2007, em relação a 2006. Responsável pela fabricação de todas as etapas do tecido, desde o manuseio do algodão até o fio pronto, a empresa manufatura sete milhões de metros por mês nas quatro fábricas, o que lhe garantiu faturamento de R$ 350 milhões em 2007.
PRÓXIMA META: A SANTANA PREPARA INVESTIMENTO EM UMA FÁBRICA NO TEXAS
Recentemente, investiu cerca de US$ 40 milhões na modernização de seu parque fabril. “Nossa máquina mais antiga deve ter seis anos. Estamos sempre investindo para nos manter competitivos”, afirma Delfino Neto. Graças a isso, a liderança nacional de vendas foi conquistada em 2008 – uma meta projetada inicialmente para ser atingida somente em 2010. Delfino Neto só reclama da alta carga tributária, que prejudica as exportações. Para escapar da sanha fiscal, a Santana vai se internacionalizar ainda mais. A próxima fábrica será levantada no Texas (EUA), onde o público consumidor potencial – se o cearense cair no gosto deles – representa cerca de 250 milhões de pessoas.