13/02/2025 - 14:52
Atividades ilícitas em 15 setores da economia causaram prejuízo de R$ 468,3 bilhões ao país em 2024, segundo levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Esse montante inclui tanto as perdas diretas da indústria (R$ 327,8 bilhões) quanto a evasão fiscal (R$140,4 bilhões) gerada pelo mercado ilegal. O resultado representa um salto de 62% em relação a 2020, quando o prejuízo era de R$ 288 bilhões e de 6% em relação a 2024.
Os setores de vestuário, bebidas alcoólicas e combustíveis foram os que mais foram afetados pela pirataria e contrabando. Nos últimos quatro anos, o impacto da ilegalidade aumentou em quase R$ 200 bilhões.
Confira os 15 setores mais afetados pirataria e falsificações
Setor | Perdas (R$) |
Vestuário | 87.360.000.000 |
Bebidas alcoólicas | 85.200.000.000 |
Combustíveis | 29.000.000.000 |
Material esportivo | 23.300.000.000 |
Higiene pessoal, perfumaria e cosméticos | 21.000.000.000 |
Defensivos agrícolas | 20.496.600.000 |
Ouro | 12.750.000.000 |
TV por assinatura | 12.100.000.000 |
Óculos | 10.980.000.000 |
Celulares | 9.700.000.000 |
Cigarros | 8.800.000.000 |
Audiovisual (filmes) | 4.000.000.000 |
Perfumes importados | 1.350.000.000 |
PCs | 1.150.000.000 |
Brinquedos | 677.664.000 |
Cigarro é o produto mais apreendido
O contrabando de cigarros segue como uma das atividades mais rentáveis aos criminosos e ainda apresenta baixo risco e penas leves. Em 2024, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 59 milhões de maços ilegais em todo o país. O item é o mais confiscado pela Receita Federal. Isso indica que, apesar dos esforços de fiscalização, o crime organizado segue dominando esse mercado, oferecendo um produto sem nenhum controle sanitário, enquanto dribla a arrecadação tributária. Apenas em 2024, segundo dados do IPEC, as facções criminosas movimentaram cerca de R$ 9 bilhões com a venda de cigarros ilegais, causando um prejuízo de R$ 7,2 bilhões em evasão fiscal.
Como é a metodologia da pesquisa?
Os dados são fornecidos pelos próprios setores afetados, que realizam suas pesquisas e estimam o impacto da ilegalidade em suas áreas. Essas informações refletem a realidade das perdas enfrentadas por cada segmento.
Já o cálculo da sonegação fiscal é feito com base na média do percentual tributário incidente sobre esses mercados, de 46%. Esse índice permite estimar quanto o país deixa de arrecadar em impostos devido à atuação do mercado ilegal. O Fórum faz esse levantamento junto aos setores desde 2014.