01/08/2025 - 8:00
A Dafiti está apostando em uma abordagem diferente do fast fashion para voltar a crescer em 2025. Ao invés do investimento em marketplaces independentes e preços mais acessíveis, a marca adota um portfólio de marcas e produtos consagrados pelo consumidor, como GAP, Mango e Farm.
Em entrevista à IstoÉ Dinheiro, o CEO da Dafiti, Leandro Medeiros, conta que a plataforma investe na curadoria de moda como principal estratégia para crescer em 2025.
“Em vez de competir no modelo de fast fashion com marca própria e preços muito baixos, apostamos em ser a ‘casa das melhores marcas’ e oferecer uma curadoria de moda diferenciada para o nosso consumidor”, explicou.
A Dafiti terminou o ano de 2024 com uma retração de 1,1% no faturamento em relação a 2023. No entanto, no último trimestre do ano a companhia apresentou um crescimento de 8% e no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2024.

Empresa quer protagonismo de IA
A marca entrou na onda de IA e produziu o vídeo da campanha publicitária de Dias dos Namorados somente com programa de inteligência artificial. Na estratégia de reduzir custos, a companhia também tem adotado a IA em processos internos como previsão de demanda, engenharia de software, no centro de distribuição e na área financeira.
“Queremos ter protagonismo nessa área, por isso nos consideramos uma empresa IA First, com a inteligência artificial como prioridade no pensamento, nos últimos 12 meses. O uso inicial tem sido focado na produtividade do time e na preparação das pessoas para esse pro salto. Temos que ter pessoas mais engajadas, interessadas, preparadas, treinadas com isso, pra gente começar a acelerar as entregas em diversas frentes, inclusive pro consumidor final”, contou o executivo.
Crise fez grupo fechar operações no Chile e na Argentina
A empresa faz parte do Global Fashion Group desde 2015 e teve que passar por um encolhimento nos últimos anos, quando deixou a Argentina e o Chile, respectivamente em 2023 e 2024.
“O processo de fechar os sites na Argentina e no Chile foi uma decisão estratégica tomada pelo grupo GFG. Essa ação se inseriu em um amplo processo de transformação da companhia, que exigiu a realização de escolhas duras para garantir que as mudanças fossem efetivas para o negócio”, afirmou.
O executivo afirma que o Brasil é o grande mercado da companhia, que representa um terço do faturamento do grupo, que também possui outras marcas como Zalora e The Iconic.
Mercado em queda pós-pandemia
A pandemia de Covid-19 acelerou muito os e-commerces no país. Com o brasileiro impedido de sair de casa por meses, a compra pela internet venceu desconfianças e se tornou comum na rotina do brasileiro. A Dafiti cresceu 18% no período. Após o varejo físico ter voltado a funcionar totalmente, diversos e-commerces começaram a viver uma crise com encolhimento ano após ano.
O executivo explica que a marca deve ter em 2025 o primeiro ano de crescimento desde o final da pandemia.
“Nos últimos meses, temos passado por uma transformação ainda maior, um ‘turnaround’, com o objetivo de ajustar custos e retomar o crescimento”, explicou.
Marca é mais rigorosa com marketplaces
Diferente do formato de marketplace convencional, onde um vendedor consegue se cadastrar na plataforma sem muitos problemas, a Dafiti é mais criteriosa ao aceitar vendedores dentro da plataforma.
Além das grandes marcas que vendem de forma oficial no site, como Nike, Adidas e Hering, a Dafiti também conta com distribuidores oficiais, que são revendedores. Porém, a marca afirma que para vender dentro do ambiente da Dafiti, esses vendedores precisam apresentar documentação que comprovem a originalidade do produto e a licença para revenda.
A companhia afirma que outras regras para se cadastrar é: ser microempresa, comprovar faturamento mínimo em outros marketplaces de R$ 30 mil por mês para vendedores e R$ 15 mil para fabricantes e ter pelo menos 100 SKUs para revendedor ou 20 SKUs para fabricantes. Mais de 80% dos pedidos saem diretamente do centro de distribuição da companhia, em Extrema.