Da DW. Dados roubados, documentos falsificados e drogas foram todos vendidos no que é supostamente a segunda maior plataforma darknet do mundo. A cooperação policial internacional ajudou a prender os suspeitos, que também são procurados pelos promotores dos EUA. A polícia alemã disse na sexta-feira que três homens estão sob custódia como parte de uma investigação internacional sobre a operação ilegal online chamada “Wall Street Market”, que foi fechada na quinta-feira.

Promotores públicos acreditam que a plataforma era “pelo menos” o segundo maior mercado ilegal operando na darknet, e era usada principalmente para vender cocaína, heroína, cannabis e anfetaminas, além de dados pirateados, documentos falsificados e malware. Ficou em funcionamento por dois anos.

Os três suspeitos, de 22 a 31 anos, foram presos há uma semana em três estados da Alemanha (Hesse, Renânia do Norte-Vestfália e Baden-Württemberg), informou a Polícia Federal Criminal da Alemanha (BKA). A investigação contra a “Wall Street Market” policial envolveu serviços de segurança dos EUA e da Holanda, bem como a autoridade policial da União Européia, a Europol, e a agência alemã de criminalidade na internet ZIT.

Operação internacional

Georg Ungefuk, porta-voz do gabinete do procurador-geral de Frankfurt e do ZIT disse que “a plataforma comercial ilegal só era acessível através da rede [encriptada] Tor na chamada darknet, e baseava-se numa troca mundial de bens criminosos”. Ele explicou que, como é impossível determinar inicialmente de onde tais plataformas são operadas, a investigação teve que ser internacional, com diferentes investigadores em diferentes países pegando “peças do quebra-cabeça” da infraestrutura on-line.

Embora a linguagem comum da operação ilegal “Wall Street Market” on-line fosse o inglês, o alemão também era uma opção – o que forneceu uma pista inicial para os investigadores. Ungefuk disse que os três cidadãos alemães são suspeitos de operar a plataforma online ilegal em conjunto. Ele acrescentou que a polícia havia apreendido a “infra-estrutura de servidores”, que ficava na Alemanha, na Holanda e na Romênia.

Cerca de 63 mil itens estavam à venda na plataforma, que tinha mais de 1 milhão de contas de clientes e 5.400 contas de vendedores, disse Ungefuk. As criptomoedas Bitcoin e Monero foram usadas na plataforma, com os três suspeitos ganhando comissões entre 2% e 6% nas vendas.

Fuga

Ungefuk também disse que os três suspeitos aparentemente tentaram enganar seus clientes colocando a plataforma em “modo de manutenção” e depois transferindo dinheiro para suas contas pessoais, conhecido como “golpe de saída”. No tempo que antecedeu as prisões, os investigadores notaram que a operação administrativa do mercado estava sendo desativada. Sinal de que os suspeitos presos desconfiavam do cerco investigativo.

As autoridades investigam os três suspeitos desde março deste ano. Os suspeitos aparentemente estavam se preparando para se esconder quando as autoridades invadiram no final de abril.

A polícia apreendeu mais de 550 mil euros em dinheiro, bem como somas de seis dígitos de criptomoedas e carros caros. Ungefuk disse que os suspeitos devem pegar penas de 1 a 15 anos. O lucro total da operação “Wall Street Market” só será quantificado após a examinação de todos os dados apreendidos.

Ryan White, o procurador federal dos EUA que lidera processos de crimes cibernéticos em Los Angeles, também usou a entrevista coletiva para anunciar a apresentação de acusações criminais contra os três suspeitos alemães, embora Ungefuk tenha esclarecido que, se forem processados ​​na Alemanha, não poderão ser julgados, pelos mesmos crimes, nos EUA. White acrescentou que há acusações também contra “dois grandes traficantes de drogas” em Los Angeles que usaram a rede “Wall Street Market”.