27/09/2006 - 7:00
No início de 2006, os empresários Ronald Masijah e Davis Castro, donos da Darling Confecções, fabricante de lingerie, tinham dúvidas sobre o futuro da companhia. Passados pouco mais de nove meses o discurso mudou. Para melhor. Agora, eles só falam em crescer. E a expectativa é elevar as receitas em cerca de 10%, para R$ 30 milhões neste ano. A mudança de humor é fruto de um engenhoso modelo de negócio inventado por Castro, que mistura franquia, licenciamento e venda em consignação. Funciona assim: eles selecionam pontos-de-venda situados em shopping centers e bairros de alto poder aquisitivo e propõem ao comerciante a conversão do espaço no ?modelo Darling?. O custo é bancado integralmente pela confecção que garante, ainda, atender os pedidos de fornecimento de mercadorias em até 48 horas. O prazo de pagamento também é diferenciado, podendo chegar a um ano. Em troca, o lojista se compromete a adquirir somente peças da grife na categoria lingerie dia ? a especialidade da Darling. Acertos desse tipo já foram fechados com donos de butiques de São Paulo, Curitiba (PR), Belo Horizonte (BH) e Mogi das Cruzes (SP).
Até o final deste ano, o ?conceito Darling? deve ser estendido para Vitória (ES), Rio de Janeiro e São José do Rio Preto (SP), totalizando 15 unidades. ?Nossa meta é chegar a 60 pontos-de-venda até o final de 2007 ?, diz Ronald Masijah, diretor industrial da Darling. Levando-se em conta o custo unitário médio para a conversão, a empreitada significará um desembolso de R$ 6 milhões. ?Esses clientes deverão responder por 30% de nosso faturamento?, prevê Davis Castro, diretor comercial da empresa. Para a consultora Heloisa Omine, especializada em varejo e dona da Shopfitting, a Darling está no caminho certo. ?É uma maneira inteligente de rejuvenescer a marca e recuperar o espaço junto às consumidoras mais abonadas?, avalia. Fundada em 1949, pode-se dizer que a Darling é uma sobrevivente. Afinal, a grife enfrenta de um lado a concorrência de potências locais (como a DuLoren e a Valisère) e tem em seus calcanhares os chineses. ?Nossa existência depende 100% da criatividade e da busca constante por inovações e na escolha de materiais que valorizem os nossos produtos?, destaca Castro. Um exemplo disso é que todas as peças das linhas mais sofisticadas são feitas com bordados e rendas francesas.