Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) -O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilou 2 pontos para baixo e registra 45% das intenções de voto, enquanto o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) se mantém estável com 32%, apontou pesquisa Datafolha nesta quinta-feira, que sinalizou uma possibilidade maior de a corrida presidencial ser decidida apenas no segundo turno.

Levantamento anterior do instituto, de duas semanas atrás, registrava Lula com 47% das intenções de voto na disputa pelo Palácio do Planalto, e Bolsonaro com os mesmos 32%.

Mesmo que a oscilação de Lula tenha ocorrido dentro da margem de erro, de 2 pontos percentuais, a pesquisa voltou a mostrar uma tendência de redução na vantagem do petista em relação a Bolsonaro. Em agosto, essa diferença havia passado de 18 pontos para 15. Agora, a distância foi para 13 pontos.

Os novos dados apontam chances menores de eventual vitória de Lula no primeiro turno. Para que isso ocorra, ele precisa ter mais da metade dos votos válidos. Em agosto, Lula contava com 51%, número que passa agora para 48%.

O levantamento foi realizado entre quarta e quinta, portanto, após o início da propaganda eleitoral em cadeia de rádio e televisão. Também pode ter captado a percepção dos eleitores sobre o debate entre presidenciáveis realizado no domingo pela TV Band e as entrevistas da semana passada ao Jornal Nacional, da TV Globo.

Para o chamado segundo pelotão, formado por candidatos que se apresentam como alternativas aos dois líderes da disputa, a exposição na TV pode ter surtido efeito positivo. O Datafolha mostrou o candidato do PDT, Ciro Gomes, com 9%, ante 7% em agosto, seguido da senadora Simone Tebet (MDB), que passou a 5%, ante 2%. Ciro e Tebet estão empatados tecnicamente no limite da margem.

A parcela dos que pretendem votar em branco ou nulo também variou dentro da margem de erro para 4%, ante 6% em agosto. Outros 2% disseram ainda não saber em quem votar, mesmo percentual aferido na última pesquisa.

2º TURNO E REJEIÇÃO

Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria por 53% a 38%, placar que também oscilou dentro da margem em relação ao verificado em agosto, de 54% a 37%. A diferença a favor de Lula, que era de 17 pontos, passou agora para 15.

O Datafolha registrou ainda uma piora de Lula na Região Sudeste, com 41% de apoio, ante 44% em agosto. Bolsonaro, por sua vez, obteve 35%, contra 32% na última pesquisa. A distância entre os dois candidatos caiu de 12 para 6 pontos na região, de acordo com o instituto.

Já na Região Norte, foi Bolsonaro quem sofreu uma queda, passando de 43% a 39%, enquanto Lula oscilou de 41% para 42%.

De acordo com a sondagem, Lula segue tendo melhor desempenho entre os mais pobres –que ganham até 2 salários mínimos– com 48%, entre os nordestinos (58%) e entre os beneficiários do Auxílio Brasil (49%).

Já o presidente se sai melhor entre os mais ricos –acima dos 10 salários mínimos– com 45%, entre os autodeclarados brancos (38%), e entre os evangélicos (48%).

Quando o tema é rejeição, Bolsonaro ainda tem o maior patamar: 52% responderam que não votariam de jeito nenhum no presidente, ante 51% em agosto. Lula é rejeitado por 39% dos entrevistados, contra 37% na pesquisa anterior.

Também foi levantada a avaliação da gestão Bolsonaro. Para 31% dos entrevistados, o governo é ótimo ou bom (ante 30% na pesquisa anterior, quando registrou índice mais alto desde março de 2021). Já 42% o avaliam como ruim ou péssimo (ante 43% em agosto).

O Datafolha entrevistou 5.734 pessoas em 285 cidades do país.

(Edição de Pedro Fonseca)

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