SÃO PAULO (Reuters) – As exportações brasileiras de soja devem alcançar o recorde de 90,5 milhões de toneladas em 2022, alta de 3,4% no comparativo anual, estimou a consultoria Datagro nesta quarta-feira em sua primeira projeção de embarques para o ano que vem.

Para 2021, a consultoria estima que as vendas externas do maior produtor e exportador global da oleaginosa cheguem a 87,5 milhões de toneladas, 4,9% superiores ao registrado em 2020.

O incremento nos embarques deste ano se deve a uma safra recorde que, nas perspectivas da Datagro, pode chegar a 136,9 milhões de toneladas. Para 2022, a consultoria disse que espera por um novo aumento no volume produzido, com potencial para atingir 141,18 milhões de toneladas –desde que o clima colabore.

Os embarques de farelo de soja devem crescer 6,1% em 2021, para 18 milhões de toneladas, enquanto as vendas de óleo de soja do Brasil podem recuar 5,3%, a 1,05 milhão de toneladas, mostraram os dados.

A expectativa é que o complexo soja, como um todo, traga resultados financeiros positivos ao país.

“A Datagro indica que a receita total a ser obtida nas exportações do complexo soja brasileiro em 2021 seja novamente expressiva e, provavelmente, bem acima do recorde de 2018, totalizando 45,583 bilhões de dólares, 28,8% superior à receita de 2020.”

Do total, 36,575 bilhões de dólares devem representar os embarques do grão (+27,3%) neste ano; 7,848 bilhões de dólares das vendas de farelo (+33,6%) e 1,160 bilhão de dólares pelo óleo (+52,4%).

Para o ano que vem, há uma alteração prevista no cenário. “A Datagro prevê para 2022 avanço apenas de volume sobre o ano atual, já que a expectativa é de retração nos preços médios em todo o complexo, devendo resultar em receita total menor”, afirmou a consultoria em nota.

Além do recorde na exportação da oleaginosa em grão, é prevista estabilidade para o farelo de soja em 18 milhões de toneladas e retração nas vendas de óleo do Brasil, para 700 mil t, queda de 33,3% na comparação anual.

“Em relação à receita, os números iniciais indicam 42,103 bilhões de dólares (para o complexo), o que contabilizaria perda de 7,6% sobre o ano atual.”

Estima-se ainda redução na participação das exportações do setor na pauta geral do país, dos 20,5% de 2021 para 18,1% em 2022.

“Apesar de menor, essa nova taxa ainda segue muito superior aos 13,8% da média para os últimos dez anos, e, caso se confirme, seria a segunda maior da história”, disse no comunicado o coordenador de grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Junior.

(Por Nayara Figueiredo)

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