Fazem muito barulho quando discordam de decisões estratégicas das empresas. Os mais célebres atualmente são Carl Icahn e Kirk Kerkorian. No Brasil, esse posto ainda está vago. Mas, na semana passada Marcos Duarte, sócio da gestora Polo Capital, se apresentou como forte candidato para botar a boca no trombone pelos minoritários. Ele rejeita a proposta de Luís Falco, presidente da Oi, para incorporar as ações da Brasil Telecom (BrT).
 

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Luís Falco, presidente da Oi
 

Com cerca de 1% de participação, Duarte sugeriu que outros acionistas assinem procurações em nome da Polo para recusar a proposta da Oi, que será discutida na assembleia da quarta-feira 16. A bronca é com a modificação na proposta original de troca de ações. Em 25 de março, a Oi sugeriu 0,3955 ação ordinária da Telemar para cada ação ordinária da BrT e de 0,2191 ação preferencial classe C da Telemar para cada ação preferencial da BrT.

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Faltaria um levantamento técnico e uma verificação dos valores para comprovar se a proposta é de interesse geral. A Oi respondeu, em comunicado, que a assembleia discutirá a substituição indireta das ações e não a incorporação. Na avaliação das corretoras, a oferta será aceita pelos minoritários.  As ações ON subiram 29% em 30 dias.

Destaque no pregão

O PIB e as ações do varejo

A forte expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2010 (2,7% em relação ao período anterior) reforça as apostas dos analistas no setor de varejo. Mais crescimento e mais emprego significam mais consumidores nas lojas. As ações da Marisa já subiram 77% em 2010 até a quinta-feira 10. As da Lojas Renner, 13,6 %. O negócio é procurar as pechinchas. Os papéis do Pão de Açúcar ainda estão em queda de 8,5% no ano, quem sabe refletindo o casamento pouco harmonioso com a Casas Bahia. Os da B2W cedem 36,1% e os da controladora, a Lojas Americanas, caem 16,47%.
 

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Palavra de analista

A defasagem em relação a seus pares faz da Lojas Americanas uma boa opção de investimento, diz a analista Juliana Campos, da Ativa Corretora. A companhia possui pouco risco embutido e vem apresentando um bom desempenho operacional. ?A forte concorrência prejudica a B2W, sua controlada, o que pode ter prejudicado a ação.? Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19,71, as ações, segundo seus cálculos, têm potencial de valorização de 52% até dezembro.

BM&FBovespa

A bola vai rolar na bolsa

A decisão da BM&FBovespa de manter os horários normais de negociação durante os jogos da Copa demonstra que o jogo, definitivamente, mudou. Se tem ambição de ser uma bolsa com inserção global e um polo de atração regional de investimentos, faz sentido funcionar regularmente, mesmo que os operadores e os investidores brasileiros prefiram parar diante da tevê. As receitas da bolsa podem diminuir com os volumes, mas não vão parar: muitas ordens de compra e venda já são feitas por computadores desinteressados na Seleção de Dunga. 
 

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Educação financeira

O que aprender com os clássicos erros de governança de Enron, Parmalat, Banco Nacional e Agrenco? Os casos são analisados por Alexandre Di Miceli, da Fipecafi, no livro Governança Corporativa no Brasil e no Mundo: Teoria e Prática (Editora Campus-Elsevier).

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Quem vem lá

O adeus da Guarani

As ações da Açúcar Guarani (ACGU3) serão substituídas na bolsa de valores pelos papéis da sua controladora, a Tereos Internacional. A holding, que anunciou a transferência da área internacional para o País em março, foi criada para unir suas operações de açúcar e álcool no Brasil, na Europa e Ásia.  A expectativa é de que a Açúcar Guarani, comandada por Jacyr Costa, represente 42% do capital da Tereos Internacional. A estreia das novas ações, a serem listadas no Novo Mercado da Bovespa sob o código TERI3, está prevista para o dia 29 de julho. 
 

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Fique de olho: Assembleia marcada para 24 de junho deverá aprovar a relação de troca para os acionistas minoritários. Para cada ação da Guarani, eles deverão receber uma da Tereos.

 

Touro x urso

O mercado acionário voltou a ficar um pouco mais otimista na semana passada. Entre segunda-feira 7 e quinta-feira 10, o Ibovespa subiu 2,22%. Apesar da queda de 8,08% no ano, o principal indicador da bolsa zerou as perdas de junho. O resultado da balança comercial chinesa, acima do esperado, foi a desculpa para os investidores irem às compras de ações de mineradoras e siderúrgicas. No Brasil, após o aumento da taxa Selic, os bancos também foram beneficiados. Nesta semana, os investidores esperam a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na quinta-feira 17. Lá fora, o destaque fica por conta de dados de inflação nos Estados Unidos, esperados para a quarta-feira 16 e quinta-feira 17.

 

Vedetes da semana

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Micos da semana

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As 10 mais do Ibovespa

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

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Termômetro do mercado

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Bolsa no mundo

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Personagem

A nova medalha de ouro da Cielo

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Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo

A partir de 1º de julho, os cartões com a bandeira MasterCard serão aceitos na rede da Cielo, antiga Visanet. O negócio foi fechado na semana passada. Agora, a MasterCard está presente nas duas principais redes de captura de transações com cartão de crédito e débito do País e a Cielo tem as duas grandes bandeiras dentro da suas carteira. Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo, saiu na frente da Redecard e levou a medalha de ouro da abertura do mercado. A concorrente precisa agora assinar contrato com a Visa para competir em igualdade de condições com as duas bandeiras dominantes do mercado. Dias falou com a DINHEIRO.
 

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DINHEIRO ? Por que começar a abertura da Cielo para outras bandeiras com a MasterCard?
RÔMULO DE MELLO DIAS ?
Temos 84 cartões híbridos e a MasterCard é a primeira bandeira ao lado da Visa, que tinha participação no nosso capital até o ano passado, antes do IPO. A MasterCard vai dar mais opções de faturamento para os lojistas. Como principal parceiro da Visa, realizamos transações de R$ 214 bilhões no ano passado, 50% a mais que nosso principal concorrente.

DINHEIRO ? O faturamento tende, então, a crescer?
DIAS ?
Não falamos sobre expectativa de faturamento. Mas se os estabelecimentos já nos viam como a principal rede de captura de transações, com a MasterCard a opção para a escolha será maior.
 
DINHEIRO ? Quais serão os ganhos da MasterCard?
DIAS  ?
Estamos em 98% dos municípios com 1,7 milhão de clientes (estabelecimentos). A MasterCard não tinha uma cobertura como a nossa. A bandeira vai ganhar competitividade com a nossa capilaridade.

DINHEIRO ? Novas bandeiras podem entrar na rede?
DIAS  ?
Estamos conversando.

DINHEIRO ? Estar no Exterior é o próximo passo da companhia?
DIAS  ?
Não estamos fechados, mas queremos crescer mais no Brasil.

DINHEIRO ? Por quê?
DIAS  ?
A participação do cartão é menos que 25% no total das compras, enquanto nos países desenvolvidos é de 45% a 50%. Há espaço para tirarmos do dinheiro e do cheque. Segmentos como saúde, educação e transportes estão inexplorados.

DINHEIRO ? A Redecard tem parte do resultado atrelado à antecipação de recebíveis. A Cielo vai se concentrar apenas na tradicional captura de transações?
DIAS  ?
Não existe diferença nos negócios. O concorrente já nasceu com a antecipação de recebíveis. A Cielo começou há apenas um ano e meio. Mas estamos crescendo e essa operação será maior no médio prazo.

 

Pelo mundo

Santander investe mais no México

O Santander S/A anunciou na quarta-feira 9 que pagou    US$ 2,5 bilhões por 25% do mexicano Grupo Santander Financeiro. Desde 2003, esta fatia pertencia ao Bank of America. Assim, o banco de Emilio Botín volta a ter 100% da companhia. Segundo estimativas da instituição, o negócio aumentará o lucro por ação em 1,3% no primeiro ano. No dia do anúncio, os papéis listados em Wall Street subiram 2,27%.  
 

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Renault quer ir às compras

A Renault confirmou na segunda-feira 7 que é uma das interessadas em adquirir a fabricante sul-coreana de veículos SsangYong Motor. Além da francesa, outras cinco ou seis companhias também enviaram cartas de intenção para fechar o negócio, que pode chegar a US$ 500 milhões. Na Bolsa de Paris, as ações da montadora francesa recuaram 0,92% naquele dia.    

Lucro da Zara aumenta 64%

Os resultados da Inditex, holding dona da Zara, não foram suficientes para conter a queda de 2% de suas ações na quarta-feira 9, em Madri. No primeiro trimestre, a companhia de Amancio Ortega lucrou US$ 359 milhões, alta de 64% sobre 2009.
 

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