10/12/2024 - 7:30
Quando se fala de estratégias de operação de curto prazo no mercado financeiro, o primeiro termo que vem à cabeça é o Day Trade, em que o investidor compra e vende ativos no mesmo dia, aproveitando as variações de preço. Mas cada vez mais os investidores vêm se familiarizando com outra forma de negociação, o Swing Trade, em que são realizadas negociações de prazo maior, como dias ou semanas.
A janela de tempo dessas operações no mercado não é a única diferença entre elas, que, apesar das semelhanças, possuem características e riscos distintos.
Nos dois casos, lembra Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, é necessário muito estudo e cuidados para minimizar riscos. “Qualquer que seja a estratégia, o importante é ter gerenciamento de risco, definir limites de perda e alvos de ganho”, aconselha.
Gerenciamento de risco no Day Trade
As posições de compra e venda são abertas e fechadas no mesmo pregão, o que quer dizer que as negociações duram horas ou até mesmo minutos. Os traders, como são chamados os investidores de curto prazo, monitoram constantemente os preços para buscar oportunidades.
Como o trader depende das variações rápidas de preço, lida com mais risco, e precisa ter mais experiência para não sofrer perdas.
E o Swing Trade?
O Swing Trade é um tipo de operação em que o investidor também busca lucrar com os altos e baixos nos preços dos ativos, mas acompanha as tendências de valorização ou desvalorização ao longo de dias ou semanas. A estratégia dura mais tempo que o day trade, mas ao mesmo tempo demora menos do que investimentos de longo prazo.
Sem a pressão diária, o swing trader consegue realizar análises mais detalhadas sobre cada ativo, aguardando o momento mais propício para comprar ou vender. Pelo tempo maior, também não precisa ter uma atenção ao mercado tão constante quanto o day trader, e costuma realizar menos operações.
“No Swing Trade, o investidor terá posições que manterá por alguns dias ou, no máximo, algumas semanas. É possível capturar de forma mais adequada as tendências e diluir volatilidades”, diz Piellusch.
Qual estratégia é melhor?
Isso vai depender bastante do perfil de cada um.
O Day Trade é mais adequado para quem tem tempo para acompanhar o mercado de forma constante, e quem é mais experiente. Ter maior tolerância ao risco também é importante, assim como mais disciplina, evitando se deixar levar pelas emoções na hora da tomada de decisões.
“Uma diferença do Day Trade é que você não precisa ter muito dinheiro para conseguir operar. Se quer comprar 1.000 ações a R$ 60, não precisa ter R$ 60.000, pode comprar e depois vender”, aponta Piellusch.
No caso do Swing Trade, é necessário uma postura mais paciente e conhecimento de análises técnicas e fundamentalistas. Especialistas afirmam que o ideal é que o investidor iniciante comece com o Swing Trade, para ganhar experiência e conseguir ter um processo de aprendizado mais gradual.
O investidor também precisa ter mais capital para investir, diferentemente do Day Trade.
Piellusch aponta, entretanto, que essa vantagem do Day Trade pode acabar se transformando em desvantagem rapidamente. “Isso faz com que as pessoas comecem no Day Trade, e não no Swing Trade. É um convite, mas é um convite para uma situação mais arriscada. Não é uma boa estratégia, já que o Day Trade requer muito mais conhecimento das complexidades do mercado”, aponta Piellusch.
Ele defende que, antes de partir para o Day Trade, o investidor opere no Swing Trade. “Por mais que invista pouco, pode ser interessante para quem começa a operar, sem saber bem o que está fazendo”, afirma. “Investir não é apostar.”
Tributação entre Day Trade e Swing Trade
Sim, as duas estratégias estão sujeitas a tributações diferentes.
“A tributação para o Day Trade é de 20% sobre o rendimento após as taxas, independentemente do quanto vender. Já no Swing Trade, se o investidor vende até R$ 20 mil por mês, tem isenção de imposto. Acima disso, [o imposto é de] 15%”, explica o professor da FIA.