04/09/2017 - 8:00
As Universidades Corporativas surgiram nos Estados Unidos, na década de 1950, para equalizar a formação dos funcionários das empresas com o aprendizado acadêmico. Já naquele período, o gap entre a teoria e a prática, além do “jeito diferenciado” de atuação de muitas empresas, começou a ser visto como uma ameaça ao seu crescimento. Especialmente no caso de negócios disruptivos que, na prática, inventaram setores como o de refeição fast food (McDonald’s) e logística de entregas de pacotes porta a porta (Fedex).
Mas este modelo acabou sendo vítima do processo de esgotamento. Afinal, a profusão de universidades corporativas mostra que o instrumento se transformou numa panaceia, sem que tenha contribuído, de forma decisiva, para a melhoria da produtividade, por exemplo. Especialmente no Brasil, que comumente ocupa a rabeira deste índice em termos globais.
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O que é um problema considerado estrutural, se tornou um campo de trabalho para o matemático, ex-executivo de grandes empresas e graduado em TI pelo MIT Francisco Antonio Soeltl, fundador da MicroPower. A empresa paulistana, fundada em 1994, vem se firmando como uma das mais ativas no segmento de treinamento. Tanto que obteve crescimento anual médio de 14%, nos últimos cinco anos. “O novo conceito de treinamento leva em conta a gestão da performance, não apenas a formação de lideranças”, diz ele.

Para Soeltl, um dos grandes equívocos dos empresários é estabelecer programas pouco transparentes em seus objetivos finais e sem levar em conta recompensas ao longo do trajeto. “No meio do processo, os funcionários acabam entrando numa espécie de zona de conforto e fazemo que consideram melhor, da forma que acreditam ser mais apropriada”, destaca.
Mais do que apenas vender softwares e soluções, como o Virtual Vision ou o Performa, a MicroPower atua na evangelização do mercado, chamando a atenção para os benefícios da gestão da performance. Algumas dessas ferramentas foram apresentadas na segunda-feira 28, em São Paulo, durante o Congresso Learning & Performance Brasil 2017. Trata-se de um evento destinado a debater experiências e mecanismos de melhoria da produtividade e da gestão das empresas.
Uma passada pelos cases apresentados, e premiados, durante o Congresso dão a dimensão de que estas questões estão cada vez mais entronizadas nos departamentos de Recursos Humanos de corporações líderes em suas áreas de atuação, como o Bradesco, a General Motors, a Honda e a Vivo, para citar algumas. “As transformações causadas pela tecnologia no mundo da educação e do trabalho vão exigir que os profissionais adquiram novas competências a cada dia”, destaca o empreendedor.