O empresário Anderson Rodrigues, de 22 anos, descobriu cedo sua aptidão para o comércio. Filho de agricultores, aos seis anos já vendia pimentas produzidas pela família no interior do Paraná. Com oito anos revendia bombons caseiros na escola com o objetivo de comprar uma bicicleta. Nada demais, não fosse pelo fato de que com aquela idade, Rodrigues já pensava no conceito de suas embalagens. ?Criei uma marca chamada Happy e fazia as etiquetas em um PC que rodava o Windows 95.”

 

Com a compra da bicicleta concretizada, Rodrigues ficou um tempo se dedicando aos estudos. Aos 15 anos, entrou em uma empresa de películas automotivas por meio do programa de profissionalização do governo chamado Menor Aprendiz.  Após seis meses, deixou o local e com o dinheiro da rescisão (R$ 500) decidiu trilhar seu próprio caminho. Comprou alguns rolos de película e começou a distribuir a revendedores de Curitiba e região. ?Nessa época, consegui comprar 10 rolos e comecei a vender nas principais lojas, acabei de certa forma virando concorrente da empresa que eu trabalhava”, diz.

 

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Com dinheiro emprestado, Anderson Rodrigues criou uma rede de franquias     

 

Percebendo que as vendas aumentavam, Rodrigues decidiu formalizar o negócio. Aos 16 anos criou a empresa que daria base para o grupo atual, a AMK. Seu objetivo era importar a mercadoria e distribuir por um preço mais em conta no mercado local. No entanto, não era tão simples trazer os produtos de fora sem conhecimento. ?Fui atrás de advogados, contadores e despachantes, até que fiz minha primeira importação, com 18 anos.”

 

A empresa cresceu. Rodrigues transformou os R$ 500 em R$ 30 mil, mas precisava de mais. O jeito foi pegar um dinheiro emprestado com o pai. Com R$ 20 mil emprestados mais o que tinha em caixa, o empresário conseguiu aumentar o volume importador e em quatro anos gerou um fluxo de R$ 4 milhões. 

 

Não foi só a vontade de crescer que ajudou Rodrigues, a sorte também estava a seu favor. Em 2008, uma operação da Receita Federal em seus concorrentes fez com que muitas lojas fossem fechadas por sonegação de impostos. Com isso, a AMK ganhou uma grande fatia de mercado. Foi o momento em que Rodrigues tornou-se o segundo maior importador de películas automotivas do País. 

 

Demandas de um grupo

 

Certo de que seu projeto tem potencial internacional, Rodrigues sempre buscou referências no setor para trazer ao Brasil tecnologia de ponta. Em 2010, em visita a uma feira na cidade de Las Vegas fechou parceria com um fornecedor francês. Outra ideia que surgiu em 2010 foi a de criar uma rede de franquias.  Durante um ano, ele montou um plano de negócios até estrear como rede. ?Eu não entendia muito bem o sistema de franchising, mas acompanhei muitas palestras e o modelo de negócios de outras redes até conseguir chegar ao meu”, afirma. As referências vieram de Havaianas, O Boticário e Cacau Show.  

 

De olho em novos mercados, Rodrigues aposta agora no segmento da construção civil e de películas para green building, edifícios sustentáveis. Dos R$ 20 mil emprestados aos R$ 6 milhões faturados em 2012, o empresário destaca que o maior aprendizado ao investir e ter seu próprio negócio foi apostar em um segmento específico e sem muitos concorrentes. Um grande risco, mas também uma grande oportunidade para crescer.  

 

Wingard Group, das pimentas às películas:

Marcas: Wingard Shop, Wingard Auto, Wingard Eco, Decor View e Mood Fix

Faturamento em 2012: R$ 6 milhões

Estimativa de faturamento em 2013: R$ 9 milhões

Número de lojas: 32 

 

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