28/01/2015 - 21:43
Depois de uma hora e meia de reunião, no gabinete do secretário executivo do ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, em Brasília, na noite desta quarta-feira, 28, a decisão do impasse entre governo e empresas de educação foi adiada para a semana que vem. As empresas não abrem mão de receber as doze parcelas do repasse ligado ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “Só queremos que a lei seja cumprida”, diz Elizabeth Guedes, diretora executiva da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Educação Superior (Abraes). “Não vamos abrir mão dos repasses de nenhuma forma.”
De acordo com a diretora da associação, ainda há o risco de o caso ir para na Justiça. “A ação está pronta e podemos entrar com ela amanh”, afirma Elizabeth. “Mas o governo está disposto a negociar e estamos todos buscando a melhor solução.”
A próxima reunião será na próxima semana, mas ainda sem data definida. Procurado, o MEC não se pronunciou sobre as conversas.
Entenda o caso
No dia 29 de dezembro, o MEC anunciou mudanças nos programas Fies e Prouni. Na ocasião, o órgão definiu que estudantes não poderiam ser beneficiários de ambos os programas ao mesmo tempo. Além disso, estipulou pontuação mínima no ENEM para alunos pleitearem o benefício: 450 pontos na prova e não zerar na redação.
A mudança que mais afetou as empresas privadas, no entanto, foi a mudança no prazo de pagamento das mensalidades feito pelo governo. Antes realizado mensalmente, o MEC prorrogou para 40 dias o tempo do repasse dos valores às instituições privadas, o que ocasionaria pagamentos apenas dos sete primeiros meses deste ano.
O anúncio derrubou as ações das empresas de educação na bolsa. Os papéis da Kroton, maior companhia do setor no mundo, já despencaram 20,9% desde então. No mesmo período, as ações da Estácio caíram 37,3%, da Ser Educacional, 47,7%, e da Anima, 36,2%.