A Dedini Indústrias de Base demitiu, na quarta-feira, 5, 627 trabalhadores no interior de São Paulo – 367 na unidade de Piracicaba (SP) e 270 na de Sertãozinho (SP) – e publicou nesta quinta-feira, 6, a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas para a sexta-feira da próxima semana, dia 14, com o intuito de avaliar “assuntos de natureza financeira da empresa no contexto atual de mercado”. A companhia, maior indústria fornecedora de bens de capital do País para usinas e destilarias, enfrenta uma crise na esteira da passada pelo setor sucroenergético desde 2009.

Além de seguidas greves e demissões nas unidades fabris, a companhia atrasou o pagamento de salários e rescisões contratuais, bem como, segundo o sindicato dos metalúrgicos de Piracicaba, deixou de depositar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por 50 meses. De acordo com o sindicato, a Dedini fez o pagamento dos salários somente para os metalúrgicos que recebem por hora. Os trabalhadores com o pagamento fixo mensal estão há quatro meses sem o recebimento integral dos vencimentos.

No mês passado, para encerrar uma greve na unidade de Piracicaba, a Dedini se comprometeu a acertar os salários e a não demitir funcionários até o dia 5 de agosto, prazo encerrado justamente ontem, quando novos cortes foram anunciados. Segundo os sindicalistas, as demissões de ontem foram feitas sem a consulta dos representantes dos trabalhadores. “Caso o pagamento das rescisões não sejam feitas, iremos ao Ministério Público do Trabalho, para que as devidas providências sejam tomadas pela Justiça”, informou João Carlos Ribeiro, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba.

A companhia não explicou na convocação da AGE qual seriam os assuntos de natureza financeira a serem discutidos na reunião. Procurada pelo Broadcast, por meio de um dos seus diretores para comentar as demissões e o teor do que será discutido na assembleia, a Dedini ainda não se pronunciou