O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro na ação penal da tentativa de golpe de Estado, usou a estratégia de questionar a confiabilidade da delação do ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid para contestar as acusações que podem levar à condenação do ex-chefe do Executivo

Vilardi lembrou de conversas vazadas de Cid, argumentando que os “desabafos” do delator colocam em xeque a voluntariedade do acordo. Citou ainda a investigação sobre supostas conversas entre o tenente-coronel e a defesa de outros acusados via Instagram, afirmando que o episódio mostra que “esse homem não é confiável”.

“E aí, o que temos, na verdade? A prova independe do colaborador. Ora o colaborador, ele era importante antes de ser desmoralizado. Agora que ele está desmoralizado, ele teve uma mentira pela enésima vez. E agora com duas questões. Ele rompeu a delação formalmente, porque ele na verdade rompeu o contrato, ele mentiu e ele colocou confiabilidade em xeque”, ponderou.

Logo após tal colocação, Vilardi destacou que a minuta que tratou da prisão de ministros e alegação de que o ex-presidente “enxugou” o documento “é do delator” – e não seria de provas independentes, como destacou logo antes.

O advogado também alegou que Bolsonaro determinou e ajudou na transição de governo. Sustentou que houve pedido formal do presidente para que caminhoneiros desobstruíssem rodovias após as eleições 2022. “A acusação é contraditória”, pontuou.