19/02/2025 - 11:19
O Ministério da Defesa divulgou uma nota em que afirma que a denúncia do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas no inquérito do golpe – sendo 23 militares – é importante para “distinguir” as condutas individuais e das Forças Armadas. A nota diz que a avaliação do ministro da pasta, José Múcio Monteiro, é de que a decisão “é mais um passo para se buscar a responsabilização correta”.
“O Ministério da Defesa informa que a denúncia da Procuradoria-Geral da República é importante para distinguir as condutas individuais e a das Forças Armadas”, afirma a nota divulgada nesta quarta-feira, 19. “A avaliação do ministro José Múcio Monteiro é de que a apresentação da denúncia é mais um passo para se buscar a responsabilização correta, livrando as instituições militares de suspeições equivocadas.”
Gonet denunciou na terça-feira, 18, Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito do golpe. Após analisar as provas reunidas pela Polícia Federal (PF), que indiciou o ex-presidente, Gonet concluiu que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano golpista como liderou as articulações para dar um golpe de Estado. Se for condenado, o ex-presidente pode pegar mais de 43 anos de prisão.
A defesa do ex-presidente afirmou que as acusações são precárias e que não há provas contra ele. “Nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”, diz a manifestação.
Bolsonaro é apontado como líder de uma organização criminosa “baseada em projeto autoritário de poder” e “com forte influência de setores militares”. “A organização tinha por líderes o próprio Presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o General Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, diz um trecho da denúncia.
Na manhã desta quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo evitaram comentar sobre a denúncia. O petista e os chefes das pastas foram questionados sobre o tema, mas preferiram ficar em silêncio.