A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reforçou nesta quinta-feira, 30, que o déficit primário de empresas estatais não representa “nenhum problema” para o Tesouro ou para a população. Ela repetiu que o parâmetro técnico para verificar a saúde de uma companhia é a geração de lucro ou prejuízo.

“A empresa pode acumular recursos em caixa e, em determinado ano, resolver gastar. Isso vai gerar déficit. Mas, do ponto de vista do lucro ou prejuízo dela, não faz o menor sentido comparar, porque lucro ou prejuízo não é apurado desse jeito”, declarou ela, em conversa com jornalistas na sede do Ministério.

Para exemplificar, ela cita a situação do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa pública de serviço em tecnologia da informação. Em 2024, foram investidos R$ 210,11 milhões e o déficit foi de R$ 221,62 milhões. Por outro lado, o lucro da empresa foi de R$ 426,32 milhões até o terceiro trimestre de 2024, com expectativa de fechar com o recorde de R$ 600 milhões de lucro.

“O déficit é fruto de um dinheiro que estava parado em caixa. Déficit não nos preocupa, em princípio. O déficit não é um problema. Se é por investimento, estamos super concordando com essa decisão”, disse Dweck.

A pasta aponta para recorte de investimentos realizados pelas 20 empresas que são consideradas nas estatísticas fiscais divulgadas pelo Banco Central, com aumento de 12,7% na comparação com 2023. O valor somou R$ 5,3 bilhões ou 83% do déficit de R$ 6,3 bilhões no ano.