O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta quarta-feira, 3, que o déficit em conta corrente de novembro do ano passado ficou praticamente estável em relação ao mesmo mês de 2022. Mais cedo, o BC divulgou que o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 1,553 bilhão, o melhor desempenho para meses de novembro desde 2016, quando o saldo foi negativo em US$ 878,5 milhões. Em outubro, o resultado foi deficitário em US$ 230 milhões.

Rocha salientou que esse comportamento das transações correntes foi fruto de um superávit maior no mês em linha com o que vinha ocorrendo ao longo de todo 2023, mas em parte compensado por aumento do déficit em outras contas, como a de serviços, de renda primária e também a secundária. O saldo comercial, detalhou, registrou uma elevação superior a US$ 2 bilhões, o que significa um aumento de 42,9% em novembro do ano passado em relação a 2022.

O técnico ressaltou ainda que os superávits comerciais de novembro, no ano e em 12 meses são os maiores da série histórica do Banco Central e que, portanto, o déficit mais baixo das contas correntes é decorrente da melhora do saldo comercial de 2023. “As exportações estão estáveis em níveis recordes, enquanto as importações têm caído”, comparou. Sobre as compras feitas pelo Brasil, Rocha comentou que houve importação de US$ 1,394 bilhões em criptomoedas em novembro, um recorde.