25/07/2019 - 11:10
Após o superávit de US$ 662 milhões em maio, o resultado das transações correntes ficou negativo em junho deste ano em US$ 2,914 bilhões, informou nesta quinta-feira, 25, o Banco Central. A instituição projetava para o mês passado déficit de US$ 2,5 bilhões na conta corrente.
O número do mês passado acima do teto do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 2,500 bilhões a superávit de US$ 1,000 bilhão (mediana negativa de US$ 1,45 bilhão). O déficit de US$ 2,914 bilhões é o pior resultado para junho desde 2016, quando houve rombo de US$ 3,820 bilhões.
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 4,297 bilhões em junho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,280 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 4,122 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 2,533 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre, o rombo nas contas externas soma US$ 10,553 bilhões. A estimativa do BC, atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, é de déficit em conta corrente de US$ 19,3 bilhões em 2019.
Já nos 12 meses até junho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 17,061 bilhões, o que representa 0,91% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual representa o maior déficit desde setembro de 2018 (0,96%). Em outubro de 2018, o porcentual também havia sido de 0,91%.
Remessa de lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 2,929 bilhões em junho. A saída líquida representa um volume superior aos US$ 1,348 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado do primeiro semestre, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 11,401 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2019 some US$ 17,5 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,205 bilhão em junho, ante US$ 1,212 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, essas despesas alcançaram US$ 9,634 bilhões. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros no valor de US$ 19,4 bilhões.
Investimento em ações brasileiras
O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 1,632 bilhão em junho. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido negativo em US$ 1,994 bilhão.
No acumulado do primeiro semestre, o saldo ficou negativo em US$ 2,604 bilhões. Pelos cálculos do BC, o saldo das operações de investidores estrangeiros no mercado de ações será zero em 2019. Esta projeção considera as ações negociadas em bolsas brasileiras e no exterior e os fundos.
O investimento em fundos de investimentos no Brasil ficou negativo em US$ 648 milhões em junho. No mesmo mês do ano passado, ele havia sido positivo em US$ 104 milhões. No acumulado do primeiro semestre, houve aportes de US$ 1,543 bilhão dos fundos de investimentos.
Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 1,001 bilhão em junho. No mesmo mês do ano passado, havia ficado negativo em US$ 1,167 bilhão.
No primeiro semestre, o saldo em renda fixa ficou positivo em US$ 11,097 bilhões. Para 2019, a estimativa do BC é de entradas de US$ 15,0 bilhões nas operações com renda fixa.
Investimento Direto no País (IDP)
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 2,190 bilhões em junho. O resultado ficou fora das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 5,400 bilhões a US$ 6,950 bilhões, com mediana de US$ 5,800 bilhões. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de junho indicaria entrada de US$ 5,400 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 37,338 bilhões. A estimativa do BC para este ano, atualizada em junho, é de IDP de US$ 90,0 bilhões em 2019.
No acumulado dos 12 meses até junho deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 91,848 bilhões, o que representa 4,91% do Produto Interno Bruto (PIB).