28/08/2025 - 15:25
O governo central registrou déficit primário de R$ 59,124 bilhões em julho, ante um saldo negativo de R$8,868 bilhões no mesmo mês de 2024, uma piora fortemente impactada por uma mudança no calendário de pagamentos de precatórios, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira.
O resultado foi o segundo pior para o mês da série histórica iniciada em 1997, melhor apenas que julho de 2020, durante a pandemia de Covid-19, quando o saldo ficou negativo em R$120,6 bi em valor corrigido pela inflação.
O desempenho do mês passado foi decorrente de uma alta real de 3,9% na receita líquida — que exclui transferências para governos regionais — e uma alta real de 28,3% nas despesas totais em comparação com julho de 2024.
Do lado das despesas, a alta foi resultado de maiores desembolsos de benefícios previdenciários (+26,8%), e pessoal e encargos sociais (+17,9%), influenciados pelo adiamento para o mês de julho do pagamento de precatórios — no ano passado esse desembolso foi realizado no primeiro semestre.
Por outro lado, houve recuo de 61,4% (-R$2,1 bilhões) em gastos com créditos extraordinários e de 19,3% (-R$4,2 bilhões) em despesas discricionárias.
O desempenho das receitas foi influenciado por um aumento real de 5,8% na arrecadação administrada pela Receita Federal, que engloba a coleta de impostos de competência da União.
Entre os principais ganhos estão uma alta de 7% com Imposto de Renda, R$4,8 bilhões acima do observado em julho de 2024, 13,6% com Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), uma elevação de R$3,8 bilhões, e de 15,7% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), acréscimo de R$881 milhões, após o governo aumentar alíquotas deste tributo.
No sentido oposto, houve recuo de 24,9% (ou R$2,3 bilhões) na arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Já as receitas não administradas pela Receita subiram 0,3%, com estabilidade em ganhos com concessões e dividendos.