]Maio não costuma dar sorte a Marina Silva. Há 15 anos, num dia 13, ela deixou o cargo que voltou a ocupar agora, o de ministra do Meio Ambiente. No ano seguinte, em 2009, deixou o PT. Desta vez, sua frigideira parece ter sido reacendida — mesmo com a vitória obtida por ela na terça-feira (23), após a decisão do Ibama de negar pedido de licença da Petrobras para explorar petróleo a 180 km da costa do Amapá e a 500 km da foz do rio Amazonas. A região é um dos principais focos do Plano Estratégico 2023-2027 da companhia. No dia seguinte, a Petrobras afirmou por nota que atendeu a todos os requisitos legais e exigências técnicas, disse ser capaz de responder de pronto a qualquer emergência ambiental e que a nova decisão pode levar a litígios e aplicação de multas, comprometer a segurança energética da região e causar instabilidade jurídica. Marina venceu, mas vem batalha pela frente. Além da Petrobras, o Ministério de Minas e Energia e o Congresso (que aprovou texto preliminar de MP retirando atribuições da Pasta de Marina) também estão em lados opostos ao da ministra. A novela lembra e muito a que levou a ministra a deixar o mesmo cargo em 2008. Na ocasião, ela bateu de frente com gente do governo Lula (em especial os então ministros Mangabeira Unger e Dilma Rousseff) e com o próprio presidente — Marina nem sequer pediu demissão, apenas comunicou a decisão. Lula nunca engoliu, tanto que seu primeiro nome para a Pasta neste terceiro reinado era o de Simone Tebet, que afirmou aceitar apenas se Marina concordasse, o que não ocorreu.

“O Congresso está dando as oportunidades para o governo se estruturar. Mas todos têm de entender que o Congresso conquistou maior protagonismo” ARTHUR LIRA, presidente da Câmara, em entrevista na quarta-feira (24) à Globo News mostrando que o ‘parlamentarismo à brasileira’ veio para ficar

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Agora é ex-CEO do Google falando sobre riscos da IA

Na quarta-feira (24), durante palestra no encontro de CEOs promovido pelo The Wall Street Journal, em Londres, Eric Schmidt — que comandou o Google entre 2001 e 2011 — afirmou que a inteligência artificial (IA) é um “risco existencial” e isso pode ser definido por “muitas, muitas e muitas pessoas feridas ou mortas”. Não hoje, mas em breve, disse. “Esses sistemas serão capazes de encontrar explorações de Dia Zero em questões cibernéticas ou descobrir novos tipos de biologia.” Explorações de Dia Zero são vulnerabilidades de segurança em software e sistemas. Schmidt se junta a outros grandes nomes preocupados com IA, como Bill Gates, Elon Musk e até mesmo Sam Altman, CEO da OpenAI — empresa que tem a Microsoft como principal investidora e desenvolveu a plataforma de IA mais famosa do planeta, o Chat GPT.

HACKERS
Guerra cibernética põe EUA e China em alerta

Uma reportagem investigativa de autoria da agência Reuters, publicada na quarta-feira (24), revelou ao mundo que hackers chineses realizaram ataques cibernéticos contra ministérios do Quênia e outras instituições estatais, incluindo a presidência do país africano. O objetivo era obter informações confidenciais sobre a crescente dívida daquela nação com a China, adquirida por meio da Iniciativa Nova Rota da Seda. A obtenção dos dados foi feita a partir de relatórios de pesquisa de cibersegurança, mas não são recentes. Há investidas datadas de mais de quatro anos atrás, quando Beijing começou a restringir o crédito fornecido a Nairóbi. O assunto rapidamente repercutiu nos Estados Unidos. O jornal The New York Times garantiu que uma reunião sobre o assunto já está marcada entre os integrantes da alta cúpula da Casa Branca.

PROBLEMA ESTRUTURAL
Somos 70 milhões na pobreza

Levantamento feito com base em dados do PNAD de 2022 pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), ligado à Secretaria de Economia e Planejamento do Espírito Santo, mostra que a taxa de pobreza brasileira caiu de 38% da população para 33% entre 2021 e 2022. Ainda assim, são 70,7 milhões de brasileiros (eram 81,2 milhões em 2021). Por causa da pandemia, 2021 teve a taxa de pobreza mais alta dos últimos 11 anos. No caso de extrema pobreza o volume de pessoas recuou de 20 milhões (2021) para 13,7 milhões (2022), o que representa 6,4% da população. Pelo Banco Mundial, a linha de pobreza é marcada por US$ 6,85 per capita/dia e a da extrema pobreza em US$ 2,15 per capita/dia. Convertidos pela Paridade de Poder de Compra (PPC/2017), as referências mensais das linhas de pobreza e extrema pobreza ficam respectivamente em R$ 665,02 e R$ 208,73.

LÚMPEN EX-PRIMEIRA-DAMA
A caixa de pandora de Michelle Bolsonaro

Aloisio Maurici

Anda provocando pavor o conteúdo do aparelho celular — apreendido pela Polícia Federal (PF) — do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Mensagens revelam como eram feitos os pedidos para saques em dinheiro vivo e pagamentos para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Obtidas pelo UOL, elas mostram a rotina de duas assessoras de Michelle, Cintia Nogueira e Giselle Carneiro, com Cid para o fluxo do dindim. Cid foi preso dia 3 de maio por suspeita de participar de um esquema de fraude em certificados de vacina do ex-presidente. A PF inclusive detectou depósitos feitos por Mauro Cid para a conta de Michelle.