04/05/2018 - 13:00
A delação premiada é uma coisa útil desde que devidamente estruturada e esclarecida, avalia o presidente Michel Temer. Em entrevista à NBR, transmitida na manhã desta sexta-feira, 4, Temer afirmou que a delação é o primeiro passo de um processo longo, que depois tem de ser comprovado. “A delação deveria surgir depois de uma série de fatos que autorizasse comprovação de fatos”, disse.
Segundo o presidente, o delator, muitas vezes, quer se livrar de uma eventual penalidade. Numa referência à delação do executivo Joesley Batista, que o relacionou, Temer disse que o delator “criou maiores inverdades”. Ele avaliou este como o momento mais injusto do seu governo.
Temer voltou a dizer que a frase “vamos manter isso” não existiu como resposta ao que foi colocado. “Colocou-se isso como se fosse definitiva.” “Aquilo atrapalhou momentaneamente a relação com o Congresso”, completou o presidente. Segundo ele, depois percebeu-se que não era o contexto correto da frase e o Congresso votou a deliberar normalmente.
Questionado sobre se as suas críticas feitas ao vazamento de informações que ocorreu com relação a processos em andamento na Polícia Federal teriam parecido uma “intervenção” na PF, o presidente negou. “Pelo contrário. O que a PF não pode fazer é intervir por meio de vazamentos.” Segundo Temer, vazamentos não podem acontecer na PF e em nenhum outro setor onde processos são sigilosos.