01/09/2017 - 8:35
O governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), criticou nesta quinta-feira, 31, os termos da delação de seu antecessor, Silval Barbosa (PMDB). “O cara rouba um bilhão e devolve 76 milhões e vai ficar dois anos em prisão domiciliar na sua cobertura.” Em entrevista , o tucano, citado por Silval, negou a participação em irregularidades. “Delação não pode servir de instrumento de vingança a adversários.”
O sr. é citado por Silval em episódio de suposto caixa 2…
Houve a reunião, eu era senador, ele governador e o ministro (Blairo) Maggi. Eu tinha que conversar institucionalmente com o governador. Nessa reunião, cada vez que eu subia nas pesquisas, o Silval ficava desesperado. Ele me procurou: “Olha, você vai me perseguir, Pedro? Por favor, não me persiga!”. Eu disse: “Não persigo os inimigos e não vou proteger os amigos”.
E a menção de que ele teria repassado ao sr. dinheiro da JBS?
Ele disse que ouviu falar “que o Pedro teria recebido dinheiro do crédito da JBS”. A JBS não me doou na campanha de 2014, em 2010 foram R$ 100 mil.
Como o sr. vê o acordo de delação do ex-governador?
Não há instrumento para investigação mais importante que a delação. Ela só não pode servir de instrumento de vingança a adversários. Eu sou inimigo do Silval. Isso tem de ser discutido. Não é possível, porque daqui a pouco vou falar para a minha filha que o crime compensa. O crime não pode compensar. O cara rouba um bilhão e devolve 76 milhões e vai ficar dois anos em prisão domiciliar na sua cobertura. Dois anos preso e joga para cima de todo mundo. Não podemos criminalizar a política por meio da delação.
Como acompanhou os vídeos entregues pelo ex-governador, nos quais políticos recebem maços de dinheiro?
Nojentos os vídeos.
O sr. tem aliados que aparecem nesses vídeos?
Tenho. Conversei (com eles). Choraram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.