01/05/2018 - 8:28
O executivo Dario de Queiroz Galvão Filho disse em delação premiada que o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD, ex-DEM), atuou no direcionamento de licitação da obra do túnel Sena Madureira para que a Galvão Engenharia saísse vencedora. Em contrapartida, a empreiteira teria doado R$ 1 milhão para o diretório nacional do DEM, numa estratégia considerada pelos investigadores como “pagamento de propina via doação eleitoral”.
O termo de colaboração do executivo foi anexado aos autos de inquérito contra o ex-prefeito e hoje ministro que tramita no Supremo Tribunal Federal. Kassab é investigado por suspeita de recebimento de vantagens indevidas da Odebrecht em 2008 e 2009 que teriam sido desviadas de contratos de obras viárias no Estado de São Paulo.
Dario relatou ao Ministério Público Federal que, em 2008, foi procurado por um sócio do grupo Galvão, que o informou de um encontro com Kassab. No encontro, teria sido discutida uma obra a ser licitada pela Prefeitura e “oferecido o direcionamento do certame em favor da Galvão Engenharia”, em contrapartida a valores a serem repassados mediante doação para a campanha de Kassab, que concorria à reeleição.
Dario disse que, após a publicação do edital da obra, “a empresa entendeu que deveria cumprir com o compromisso, sendo autorizado o pagamento de R$ 1 milhão em favor do Diretório Nacional do DEM”.
Defesa
A assessoria de Kassab informou que “a licitação, realizada pela Prefeitura, ocorreu de forma lícita e transparente, obedecendo a todas as disposições legais”. Segundo a assessoria, “as doações recebidas seguiram a legislação vigente”. O DEM não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.