O delegado da Polícia Civil do Paraná, Wikinson Fabiano Oliveira de Arruda, não participará mais das investigações sobre os tiros disparados contra ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com apuração da reportagem, suas declarações logo após o incidente não foram bem recebidas pela cúpula da Secretaria de Segurança do Paraná (Sesp). A apuração do caso será comandada pelo delegado Helder Andrade Lauria.

Na noite de ontem, Arruda confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que um dos ônibus da comitiva foi alvejado por ao menos um tiro. “Pelo menos uma das marcas é de arma de fogo”, afirmou. “Se as outras marcas são, apenas a perícia irá dizer”.

Oficialmente, o Departamento da Polícia Civil do Paraná afirma que Arruda não foi afastado do caso. Segundo o órgão, o inquérito é conduzido desde seu início por Helder Lauria, que é o delegado titular da delegacia de Laranjeiras do Sul. A Polícia Civil afirma que Arruda é delegado adjunto, acompanhou Lauria no atendimento ao local da ocorrência, e continuará dando apoio à investigação.

Duas equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), grupo de elite da Polícia Civil do Estado, foram enviadas pela Secretaria de Segurança para reforçar as investigações. De acordo com a Sesp, o laudo pericial do ônibus deve ficar pronto dentro dos próximos dias.

Os disparos foram relatados por integrantes da caravana do petista. Um dos veículos apresentava marcas de três tiros. Um disparo perfurou a lataria e outros dois atingiram os vidros. O ônibus transportava jornalistas que fazem a comunicação da caravana, de blogs e sites que acompanham a comitiva, e repórteres estrangeiros. O outro ônibus, que foi atingido por um tiro, levava convidados da caravana. O ônibus que estava com o ex-presidente Lula não foi atingido. Ninguém ficou ferido.