04/05/2023 - 10:00
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) – A atividade de serviços no Brasil voltou a crescer em abril e atingiu um pico em nove meses graças à melhora da demanda, mostrou pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quinta-feira.
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A S&P Global informou que o PMI do setor de serviços subiu a 54,5 em abril, de 51,8 em março, marcando o segundo mês seguido acima do nível de 50 que separa crescimento de contração.
O resultado ainda é o mais forte desde julho de 2022 (55,8), com os participantes da pesquisa destacando melhora nas condições da demanda, renovação de contratos e sucesso com publicidade, o que garantiu aumento das novas encomendas pelo segundo mês seguido em abril e no ritmo mais intenso desde outubro de 2022.
Refletindo a tendência na entrada de novos negócios, o emprego aumentou à taxa mais elevada em seis meses, com as evidências sugerindo que as posições abertas foram preenchidas.
“O sólido aumento no emprego combinado com previsões positivas de produção é um bom sinal para o cenário no curto prazo”, avaliou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.
O mês de abril ainda foi marcado por pressões de preços historicamente elevadas no setor de serviços brasileiro associadas aos custos de energia, alimentos, combustível, material de construção, transporte, água e a negociações salariais com sindicatos.
Ainda assim, a taxa de preços de insumos ficou no menor nível em quatro meses e ajudou os preços cobrados a ficarem em abril no patamar mais baixo do ano.
As empresas de serviços ainda mantiveram uma visão otimista de que a produção vai aumentar ao longo dos próximos 12 meses. Propostas em andamento, investimentos privados e expectativas de expansão de novos negócios sustentaram as previsões positivas.
O desempenho da atividade de serviços contrasta com o da indústria no Brasil, e ajudou o PMI Composto a subir a 51,8, de 50,7 em março. Em abril, o PMI da indústria afundou ainda mais, levantando um sinal de alerta em meio à redução da produção diante de uma contração mais intensa na entrada de novos negócios.
“Os resultados do PMI em abril mostram uma história consistente de discrepância entre os setores. A indústria afundou ainda mais em contração …, permitindo que o setor de serviços fosse o único motor do crescimento do setor privado no início do segundo trimestre”, completou De Lima.