09/05/2023 - 20:18
(Reuters) – Promotores federais dos Estados Unidos apresentaram acusações criminais contra o polêmico deputado republicano norte-americano George Santos, que admitiu ter mentido sobre seu currículo, mas desafiou pedidos para renunciar, informou a CNN nesta terça-feira, citando três fontes.
Espera-se que Santos, que é filho de brasileiros, compareça já na quarta-feira a um tribunal federal de Nova York, onde as acusações foram apresentadas sob sigilo, acrescentou a CNN.
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Um porta-voz da Procuradoria dos EUA em Nova York se recusou a comentar.
Segundo a Associated Press, em uma breve entrevista por telefone, Santos disse não saber das acusações.
“Isso é novidade para mim”, disse Santos, de acordo com a agência. “Você é o primeiro a me ligar sobre isso.”
O escritório de Santos não respondeu imediatamente a um pedido de comentário e seu advogado não pôde ser contatado de imediato.
A natureza exata das acusações contra Santos não estava imediatamente clara, segundo a CNN. Mas promotores federais têm examinado as alegações de declarações falsas nos arquivos da campanha de Santos.
Santos foi eleito em novembro em um distrito rico de Long Island, em Nova York, em uma disputa em que as preocupações com a criminalidade pesaram muito na mente dos eleitores, um ponto positivo para os republicanos em uma noite de eleições sem brilho para o partido.
A corrida atraiu grande atenção, já que os dois principais candidatos identificaram-se como gays. Santos foi o primeiro republicano não titular que se identifica como membro da comunidade LGBTQ+ a conquistar um assento na Câmara dos Deputados dos EUA.
Entre outras alegações, Santos disse ter diplomas da Universidade de Nova York e do Baruch College, apesar de nenhuma das instituições ter registro de sua frequência. Ele alegou ter trabalhado no Goldman Sachs e no Citigroup, o que também não seria verdade.
Em declarações falsas, ele disse ainda que era judeu e que seus avós escaparam dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Também não revelou um casamento com uma mulher por vários anos, encerrado em 2019.
Após essas revelações, Santos pediu desculpas por “enfeitar” seu currículo, ao mesmo tempo em que defendeu aspectos de como havia representado si mesmo.
(Reportagem de Rami Ayyub, Sarah N. Lynch e Luc Cohen)