Deputados e senadores criticaram o fim do Ministério da Previdência  Social, extinto pelo governo do presidente em exercício Michel Temer,  durante a recriação da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência  Social, nesta terça-feira. Os parlamentares também se posicionaram  contra a reforma da previdência, defendida pela equipe econômica de  Temer, afirmando que o setor é superavitário. A frente parlamentar é  liderada pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e pelo deputado Arnaldo Faria  de Sá (PTB-SP).

“Todos os governos que passaram pelo  Planalto foram uníssonos ao dizer que a seguridade social tinha  problemas. A seguridade não terá problemas se pararem de desviar para  outros fins os recursos das políticas sociais”, declarou Paim. Para o  senador, não há déficit na seguridade, e sim superávit. O senador também  criticou o projeto da Desvinculação de Receitas da União (DRU) que  tramita na Câmara e propõe que a alíquota remanejável do orçamento seja  elevada para 30%, dizendo que a desvinculação poderá tirar recursos da  previdência.

De acordo com o parlamentar, os dados da  Associação dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, que  afirmou no ano passado que houve saldo positivo nas contas da Seguridade  Social de quase R$ 54 bilhões em 2014, demonstram que o setor é  ”viável”. Outro tema polêmico anunciado pelo ministro da Fazenda,  Henrique Meirelles, é o fator da idade mínima, que poderia ser fixado em  65 anos para homens e mulheres. Paim declarou que já há idade mínima  fixada e que a frente parlamentar não vai aceitar a nova proposta.

Paim  criticou também o fim do Ministério da Previdência que, segundo ele,  ”virou um puxadinho do Ministério da Fazenda à disposição do sistema  financeiro”. Já o deputado Arnaldo Faria de Sá declarou que “os  economistas estão comandando o País”. “Lamentavelmente, eles querem  inviabilizar a previdência pública para fazer o jogo da previdência  privada”, acusou. Faria de Sá criticou a escolha do secretário Marcelo  Abi-Ramia Caetano, que, segundo ele, “só quer destruir a previdência  pública”. Faria de Sá defende que a solução para o setor está na geração  de novos empregos, que, para ele, tornariam a previdência auto  sustentável.

Entre os participantes do evento, também  estavam presentes a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o senador  Humberto Costa (PT-PE) e o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Também  participaram do relançamento da frente parlamentar um conjunto de  associações e sindicatos, que fizeram protestos contra o presidente em  exercício Michel Temer com gritos de “Fora Temer!” e faixas com dizeres  contrários ao peemedebista.