26/10/2019 - 17:38
Os deputados vinculados ao influente religioso xiita Moqtada al-Sadr, membros do maior grupo do Parlamento iraquiano, iniciaram na noite deste sábado um protesto sentado no Parlamento, que irão manter “até que os pedidos dos manifestantes sejam atendidos”, informaram dois deles à AFP.
A aliança Marcha pelas Reformas também “se uniu à oposição”, indicou Raed Fahmi, membro do Partido Comunista iraquiano, aliado a Sadr dentro da aliança.
A Marcha pelas Reformas venceu as eleições legislativas em maio de 2018, conquistando 54 cadeiras e fazendo com que Sadr formasse a coalizão governamental, alvo dos protestos atuais.
O Iraque vive uma crise social e política inédita, com manifestações que pedem a queda do regime e em que já morreram mais de 200 pessoas.
Na noite deste sábado, a Marcha pelas Reformas “apresentou uma petição oficial ao presidente da república”, que, segundo a Constituição iraquiana, pode solicitar ao Parlamento que vote uma moção de desconfiança contra o primeiro-ministro, afirmou à AFP outro deputado da aliança, Badr al-Zayad. Sobre o protesto sentado, ele disse que espera a adesão de parlamentares de outros grupos.
Não está claro se os ministros apoiados por Sadr irão abandonar o governo. O líder xiita optou por apoiar tecnocratas, e nenhum membro de seu movimento faz parte do gabinete.
Moqtada al-Sadr, ex-chefe de milícia convertido em arauto dos manifestantes contrários à corrupção, ameaçou recentemente mobilizar seus combatentes para “protegê-los”. Seus partidários paralisaram o país em 2016, quando tomaram a Zona Verde de Bagdá e ocuparam instituições do Estado iraquiano.