O CEO da Latam no Brasil, Jerome Cadier, fez um desabafo em uma postagem de rede social após um acidente com um voo da empresa ocorrido na manhã manhã desta quinta-feira, 20. Depois de colidir com um pássaro no ar, um voo da companhia que partia do Rio de Janeiro com destino a Guarulhos, em São Paulo, precisou retornar ao Aeroporto do Galeão.

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Em sua postagem, o CEO da Latam queixou-se da judicialização feita por clientes após casos de cancelamentos de voos. O executivo dá a entender que são excessivos os processos por danos morais movidos por clientes em casos como estes.

“A aeronave voltou em segurança mas obviamente o voo foi cancelado, atrapalhando a vida de todos os passageiros, e obviamente da cia aérea também”, narrou Cadier. “Posso apostar com vocês que a primeira ação na justiça contra a cia aérea, pedindo indenização por dano moral por cancelamento deste voo vai chegar amanhã mesmo…e assim segue a aviação brasileira…a pergunta é: quem paga a conta?”, desabafou na continuação.

Em seu posicionamento oficial, a empresa informou que o voo retornou ao aeroporto de origem, que “o pouso ocorreu em completa segurança às 11h04 e o voo foi cancelado.”

“A LATAM lamenta os transtornos causados e informa que está oferecendo a assistência necessária para todos os clientes impactados, que serão reacomodados em voos da companhia previstos para hoje e amanhã (20 e 21/02). Por fim, a LATAM reitera que adota todas as medidas de segurança técnicas e operacionais para garantir uma viagem segura para todos”, conclui a nota.

CEO da Latam causa revolta nas redes sociais

A maioria dos usuários do LinkedIn não foi receptiva a postagem feita por Jerome Cardier. Grande parte das respostas afirma que a empresa deveria estar preparada para acidentes como este. Alguns chegaram até a queixar-se dos altos preços e do atendimento da companhia.

“Se a CIA não calculou possíveis prejuízos na formulação de preço da passagem amigo me desculpa mas não merece o cargo que tem com um post destes”, diz o comentário que acumulava mais curtidas no final da tarde desta quinta-feira, 20.

Outros internautas no entanto saíram em defesa do executivo e comentaram como de fato creem que há uma judicialização excessiva no país. “A chamada ‘indústria do processo’ no Brasil não se limita ao Judiciário Trabalhista. Na área civil, a advocacia predatória também age sem freios, inundando o sistema com centenas de ações, muitas vezes sem fundamento sólido”, diz um comentário.

A postagem gerou repercussão também na rede social X:

Em casos de cancelamento, as companhias aéreas devem realocar os passageiros em voos em condições equivalentes ao originalmente contratado, sem custos adicionais, além de oferecer auxílio para comunicação, alimentação e hospedagem.

“O Código de Defesa do Consumidor estabelece a responsabilidade objetiva das companhias aéreas, o que significa que a empresa responde pelos danos causados ao consumidor, independentemente de culpa”, explica a advogada Daniela Poli Vlavianos, do escritório Poli Advogados & Associados.

A judicialização pode ocorrer, segundo Vlavianos, quando a companhia se recusa a cumprir com uma de suas obrigações. Alguns exemplos incluem a negativa de reembolso ou assistência material, prejuízos financeiros não ressarcidos, excesso de burocracia para resolução de problemas, entre outros.