Paleontólogos chineses e brasileiros descobriram o maior ninho jamais encontrado de pterossauros, os pré-históricos répteis alados. Foram estudados 215 ovos em um ninho onde se estima que havia cerca de 300.

A abundância do material encontrado na China continuará produzindo conhecimento por vários anos. Estudos preliminares já levaram a avanços, mostrando, por exemplo, que provavelmente pterossauros recém-nascidos exigiam cuidados parentais, como acontece com as aves.

“Constatamos em alguns dos embriões uma ossificação diferenciada de ossos associados às asas e aos membros posteriores. O úmero, que é o principal osso do braço envolvido com a atividade de voo, não estava ainda tão bem formado como as pernas”, explica Alexander Kellner, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Isso indicaria que, ao nascer, eles ainda não eram capazes de voar – e por isso precisavam da ajuda adulta, como as aves, e diferentemente do que ocorre com animais como crocodilos e tartarugas. “É muito provável que essa seja a primeira evidência direta de necessidade biológica de cuidados parentais.” E como os ovos foram encontrados juntos em tamanha quantidade, acredita-se que eles formavam colônias para reproduzir – e possivelmente também para acasalar.

Para os cientistas, a coleção deve ter ainda mais embriões, mas nem todos os ovos foram abertos. Segundo Kellner, “é possível que no futuro sejam desenvolvidas técnicas melhores para estudar o interior dos ovos sem precisar quebrá-los.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.