13/08/2022 - 1:50
Uma equipe liderada por cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, descobriu a ligação direta entre duas das mutações genéticas que mais frequentemente levam as células a tornarem-se cancerígenas. Se até aqui se julgava que eram separadas e reguladas por sinais celulares distintos, agora percebeu-se que trabalham em conjunto. A implicação mais significativa: entender esta cooperação abre caminho a novos (e mais eficazes) tratamentos.
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Em causa está a proteína p53, que atua no núcleo das células para responder ao stress, e uma via de sinalização (faz parte do sistema de comunicação que coordena as atividades e funções celulares, permitindo a realização de importantes tarefas de comunicação entre células) chamada PI3K/Akt, localizada na superfície das células. Mutações tanto no gene que produz a proteína como responsáveis por ativar essa via de sinalização estão muitas implicadas na proliferação das células tumorais.
Com este novo estudo, os pesquisadores descobriram agora que estes fatores, aparentemente não relacionados, têm uma ligação entre eles e é essa “parceria” que fez com que, na experiência realizada, em vez de morrerem com quimioterapia, as células conseguissem reparar-se e continuar a crescer, promovendo o desenvolvimento do câncer.
Daqui para a frente, esta descoberta, que os responsáveis classificam como “surpreendente” poderá ajudar no tratamento contra o câncer. “Os tratamentos atuais podem não funcionar porque operam diretamente numa enzima diferente daquela que a equipe descobriu poder impedir a ligação entre as proteínas p53 e as vias PI3K/Akt.