Uma nova descoberta bate o recorde de cérebro mais antigo e mais bem preservado a ser encontrado. Pesquisadores encontraram nos EUA o corpo de um caranguejo-ferradura completo e com o cérebro intacto, fossilizado em lamas como as do Folhelho de Burges.

As condições de preservação e o método que foi seguido continuam a intrigar os pesquisadores. As primeiras análises mostram que o cérebro de há milhões de anos é bastante parecido com o que encontramos em caranguejos semelhantes vivos à data presente, provando que existiu pouca evolução.

+ Cérebro adaptado ajudou aves pré-históricas a sobreviver à extinção

A descoberta foi feita em depósitos de lama que conseguiram preservar os tecidos moles como películas. Neste ambiente, os tecidos podem também, em raras ocasiões, ser mostrados como uma impressão de partes do sistema nervoso. O processo de fossilização ocorre quando os animais são enterrados numa lama que se transforma em siderite, um mineral que ajuda a preservar o corpo e cria muitos dos detalhes que encontramos nos trilobites ou em impressões de caranguejo, explica a publicação New Atlas.

No caso da descoberta do Euproops danae, os pesquisadores verificam a existência de um segundo mineral que fez com que o cérebro fosse ‘impresso’ num claro tom branco, em contraste com a rocha negra.

“O sistema nervoso central do fóssil é comparável com o que encontramos nos caranguejos que vivem atualmente e combina com a organização dos nervos dos olhos e apêndices (…) Temos também a mesma abertura central para a passagem do esófago. Isto é bastante assinalável, dada a diversificação morfológica e ecológica que aconteceu neste grupo nos últimos 310 milhões de anos”, conta John Paterson, um dos investigadores envolvidos.