i111266.jpg

Versátil: o Brasil poderá abrigar hotéis como o de Toronto (acima) ou como o das Ilhas Maldivas (abaixo)

 

 

A rede canadense de hotéis

Four Seasons, uma das mais exclusivas do mundo, com 83 unidades espalhadas em 35 países, já possui hotel na Argentina e no Uruguai, mas nunca ninguém entendeu por que ainda não cravou sua bandeira no Brasil. Essa ausência, porém, está com os dias contados. Recentemente, a rede anunciou seu interesse pelo Brasil em uma feira de negócios de turismo que aconteceu no Nordeste. Prova disso é que, há seis meses, a cadeia hoteleira contratou o brasileiro Alínio Azevedo, que trabalha na consultoria Ernst & Young em Miami, para ser o diretor de desenvolvimento da empresa na América Latina. “A variedade de experiências de viagem que podemos oferecer no Brasil é vasta. Desde hotéis em grandes centros econômicos a resorts em praias paradisíacas ou o contato direto com a natureza na Amazônia ou no Pantanal”, disse Azevedo à DINHEIRO. “São experiências que nossos hóspedes estão buscando mundo afora e que o Brasil tem o privilégio de poder oferecer.” A meta é abrir três hotéis no País até 2012 – um em São Paulo, outro no Rio de Janeiro e, por último, no Nordeste. “Cada unidade vai demandar investimentos de US$ 150 milhões e estamos prospectando os parceiros ideais para esse negócio”, diz Azevedo.

 

i111267.jpg

 

O desembarque do Four Seasons no País revela muito mais do que a simples abertura de hotéis. É um claro sinal de que o Brasil passou a ser prioritário para as principais cadeias hoteleiras do mundo, principalmente porque se tornou um player global com uma economia cada vez maior. Além do Four Seasons, outras redes de hotelaria de luxo, como o Grupo Jumeirah, dos Emirados Árabes; o West Paces Hotel Group, dos Estados Unidos; e o Sovereign Hospitality Holdings, da Suíça, também manifestaram interesse em investir no País. “A vinda de grandes nomes da hotelaria é capaz de consagrar um destino. E mais, ao atuar como gestor, o Four Seasons fará contratos padronizados como acontece em outros países e isso aumentará o comprometimento com a rentabilidade”, diz Alexandre Sampaio, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis.

 

i111268.jpg

 

No caso da chegada do Four Seasons, há uma grande expectativa, pois a rede é uma das criadoras do conceito de hotelaria de luxo. Ela se tornou referência no mercado de luxo por ter sido a primeira a oferecer amenidades como xampu e roupão de banho aos hóspedes. Tudo isso graças ao ideal do fundador, o canadense de origem polonesa Isadore Sharp. Foi ele que instituiu que o Four Seasons teria uma política de valorização de funcionários para incentivá-los a oferecer bons serviços e decidiu que a rede não seria dona de nenhum hotel que leva sua bandeira, para não ficar vulnerável a variações de moeda local. Assim o Four Seasons, que atua como gestor dos hotéis, tem facilidade para atuar tanto em hotéis urbanos como em resorts turísticos. O negócio deu tão certo que chamou a atenção de titãs do capitalismo. Em 2007, Sharp vendeu 90 % das ações por US$ 3,8 bilhões para dois dos homens mais ricos do mundo, Bill Gates, fundador da Microsoft, e o príncipe Al-Waleed bin Talal bin Abdul Aziz al-Saud, da Arábia Saudita, donos de fortunas avaliadas em US$ 40 bilhões e US$ 13,3 bilhões, respectivamente.