Papéis avulsos

O fundo americano Wellington Management Company, com sede em Massachusetts, informou na segunda-feira 11 que adquiriu 5,04% das ações da companhia aérea brasileira Gol, de Constantino de Oliveira Junior. Os papéis não foram adquiridos para mudar o controle acionário da companhia brasileira. A Wellington é uma gestora de investimentos americana, que opera uma série de carteiras nas quais as ações serão investidas. Somando as compras feitas para cada uma das carteiras, o total adquirido foi de 6,72 milhões de ações da Gol.

 

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Constantino de Oliveira: investimentos americanos

 

De acordo com a avaliação dos analistas, a compra foi um sinal positivo para o setor de aviação brasileiro. Empresas com o perfil da Wellington costumam farejar oportunidades no mercado, o que pode sinalizar que os preços dos papéis estão baixos. O efeito causado pela operação foi imediato. No dia do anúncio, os papéis da Gol subiram 4,26%, sendo um dos destaques da bolsa no pregão. Incluindo essa alta, a valorização das ações no mês soma 19,6%, ao passo que os papéis da concorrente TAM subiram 4,8% nesse período.

 

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Educação financeira

 

No livro Privilégio Exorbitante, o historiador econômico Barry Eichengreen acompanha a trajetória do dólar, mostrando como ele alcançou seu poderio e como essa posição encontra-se ameaçada pelas economias emergentes e controversas decisões do governo americano. Campus/Elsevier, 208 páginas, R$ 59,90.

 

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Quem vem lá


Locamérica busca uma vaga

 

A Companhia de Locação Das Américas (Locamérica) entrou com pedido de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa não informou que tipo de emissão pretende fazer. A companhia trabalha com aluguel de veículos e frotas, além de ter uma unidade de seminovos. Ela terá concorrentes. A Unidas negocia debêntures e a Localiza, ações.

 

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Fique de Olho: a empresa vem obtendo crescimento anual composto de 50,9% na frota e de 46% no faturamento nos últimos cinco anos. Em 2010, ela comprou 11 mil carros.

 

 

 

Touro x Urso

 

O Índice Bovespa registrou uma alta de 6,55% na semana abreviada pelo feriado, descolando-se do mau humor no cenário internacional e a despeito do resgate de recursos realizado pelos investidores internacionais. As perspectivas positivas para a próxima semana, em que uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deverá reduzir os juros em mais meio ponto percentual, ajudaram a melhorar o humor dos investidores. No entanto, o rebaixamento da classificação de risco da Espanha deverá afetar negativamente o mercado nos próximos dias.

 

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Destaque no pregão


Pão de Açúcar vende mais

 

O Grupo Pão de Açúcar informou que suas vendas líquidas alcançaram R$ 11,1 bilhões no terceiro trimestre, alta de 58,2% ante 2010. No ano, as vendas líquidas somaram R$ 33,2 bilhões, com expansão de 57,8%. O terceiro trimestre foi marcado pelo fim da conversão das lojas CompreBem e Sendas para as bandeiras Extra, Pão de Açúcar e Assaí, que exigiu gastos de R$ 230 milhões.

 

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Palavra de analista: O resultado veio em linha com o que era estimado pela corretora Ativa. “Apesar de o Pão de Açúcar continuar apresentando crescimento expressivo de vendas, pode haver uma desaceleração em 2011, devido a uma base de comparação robusta e um cenário econômico retraído”, afirma a analista Julia Monteiro em relatório.

 

 

 

Energia


Eletrobras mais perto da EDP 

 

O presidente da Eletrobras José da Costa Carvalho Neto reuniu-se na quinta-feira 13 com o presidente do conselho da estatal e secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia Márcio Zimmermann, para discutir a proposta que a empresa fará à Energias de Portugal (EDP). A opção do governo português foi por não leiloar a EDP, mas fazer uma venda de 20% da empresa, a fim de cumprir os compromissos assumidos no plano de resgate concedido pela União Europeia, de E 78 bilhões. “Queremos disputar (a participação na EDP), mas não vamos fazer loucura. Apenas o que é razoável”,  disse Carvalho Neto. 

 

 

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Mercado em números


Cyrela


R$ 4,56 bilhões - Foi quanto lançou a Cyrela nos nove primeiros meses do ano, alta de 48% ante o mesmo período de 2010. Só a participação da empresa nos lançamentos foi de R$ 3,7 bilhões.

 

 

Localiza


R$ 2,145 bilhões - Foi quanto totalizou a receita líquida consolidada da Localiza nos nove primeiros meses do ano, alta de 20,9% ante o mesmo período de 2010.  Só no terceiro trimestre, a  alta foi de 15%, para  R$ 757,5 milhões.

 

 

Eztec


R$ 778,4 milhões - É o VGV (Valor Geral de Vendas) próprio lançado pela Eztec nos nove primeiros meses do ano, equivalente a 70,8% do ponto médio previsto pela empresa. No mesmo período, as vendas líquidas da companhia somaram R$ 634,8 milhões, alta de 16,3% ante o mesmo período de 2010. 

 

 

Banco do Brasil


135,17 milhões – É o número de ações preferenciais classe B do Banco da Patagônia que foram compradas no encerramento da OPA (Oferta Pública de Aquisições), realizada na bolsa de valores da Argentina, como resultado da aquisição feita pelo Banco do Brasil.

 

 

 

 

Pelo mundo


JPMorgan lucra menos

 

O banco americano JPMorgan Chase obteve lucro de US$ 4,3 bilhões no terceiro trimestre, queda de 4% ante o mesmo período de 2010. Apesar de menor, o lucro superou as expectativas do mercado. As ações caíram 1,6% no dia do anúncio.

 

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Roche sofre com câmbio

 

A farmacêutica Roche obteve 31,5 bilhões de francos suíços (US$ 34 bilhões) em vendas no acumulado do ano até o terceiro trimestre. Trata-se de uma queda de 13% ante o mesmo período de 2010. A empresa informou que o franco valorizado perante o dólar teve impacto negativo nos números. As ações caíram 4,5% no dia do anúncio.

 

 

Lucro do Google sobe 33%

 

O Google informou na quinta-feira 13 lucro líquido de US$ 2,73 bilhões no terceiro trimestre, graças a fortes ganhos com publicidade. “Tivemos um grande trimestre”, disse o cofundador da Google, Larry Page. O lucro por ação foi de US$ 9,72. O volume de negócios alcançou US$ 7,5 bilhões. Na quinta-feira, a ação fechou a US$ 559, alta de 1,91%.

 

 

 

Personagem


Passaporte para os BRICs

 

O feriado de 12 de outubro foi um dia de trabalho para Edemir Pinto, CEO da BM&FBovespa: ele assinou um acordo de integração com bolsas de valores dos países que, ao lado do Brasil, compõem os Brics: Rússia, Índia, China e África do Sul. A meta é permitir um fluxo livre de investimentos entre esses países, cujas economias têm mostrado mais dinamismo que as potências desenvolvidas. Em meio a uma série de reuniões, Pinto conversou com a DINHEIRO:

 

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Edemir Pinto, da BM&FBovespa: buscando integração de investimentos 

 

Por que integrar essas bolsas?

As economias dos Brics estão sendo um exemplo para os países avançados, e o mesmo tinha de ocorrer com as bolsas. Nunca houve um acordo que integrasse cinco bolsas ao mesmo tempo, e isso vai permitir a criação de produtos que serão transacionados internacionalmente.

 

Que produtos vão estar disponíveis ao investidor brasileiro?

A princípio, vamos fazer a listagem cruzada de contratos futuros e opções de índices de ações. O Índice Bovespa será negociado em todas as outras bolsas, assim como os índices da China, Rússia, Índia e África do Sul serão negociados na BM&FBovespa. É importante notar que essas negociações serão feitas e liquidadas em moeda local. O investidor brasileiro pode aplicar em um índice chinês e pagar em reais.

 

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Qual a vantagem para a BM&FBovespa?

O aumento da internacionalização vai permitir que qualquer investidor no mundo encontre essa cesta de ativos na bolsa brasileira. Isso vem ao encontro da enorme demanda por investimentos em economias emergentes, especialmente por parte dos investidores institucionais. E essa é só a primeira fase, que deverá estar concluída entre março e junho de 2012. Esse prazo elástico deve-se às exigências das autoridades reguladoras nos vários países, que podem levar mais ou menos tempo para conceder as autorizações necessárias.

 

Quais serão os desdobramentos?

Em uma fase posterior, vamos lançar um índice que será composto pelos índices de todas as bolsas dos Brics. Há muitos produtos que podem ser lançados, como, por exemplo, fundos negociados em bolsa, os ETFs. As possibilidades são ilimitadas.

 

 

 

Colaboraram Fernanda Pressinott, Geovana Pagel e Lilian Sobral