Por William Schomberg e David Milliken

LONDRES (Reuters) – A taxa de desemprego do Reino Unido atingiu o menor nível desde 1974, mas a queda se deveu principalmente a uma redução da força de trabalho e há outros sinais de que o boom de empregos no país está se esgotando, em mais uma dor de cabeça para o Banco da Inglaterra.

A taxa de desemprego caiu para 3,6% nos três meses até julho, disse o Escritório de Estatísticas Nacionais. Economistas consultados pela Reuters esperavam que ela se mantivesse em 3,8%.

OCDE: PIB do G20 encolhe 0,4% no 2º tri, influenciado principalmente por China

No entanto, a queda não foi um sinal de saúde na economia britânica, que corre o risco de entrar em recessão.

O número de pessoas empregadas cresceu em 40 mil, menos de um terço do aumento previsto na pesquisa da Reuters.

“Agora estamos começando a ver sinais de que o mercado de trabalho está perdendo força”, disse Jack Kennedy, economista britânico do site de empregos global Indeed.

A taxa de inatividade econômica –que mede a parcela da população que não está trabalhando e não procura trabalho– aumentou 0,4 ponto percentual no trimestre para 21,7%, a maior desde os três meses até janeiro de 2017.

O ONS disse que o aumento foi impulsionado por mais pessoas classificadas como doentes de longa duração e por menos estudantes em tempo integral que começam a trabalhar do que o normal para a época do ano.

Ao mesmo tempo, o crescimento salarial aumentou mais do que o esperado, refletindo a escassez de candidatos a empregos, embora ainda esteja muito atrás da inflação, que deve atingir 10,2% nos 12 meses até agosto, quando os números forem publicados na quarta-feira.

O Banco da Inglaterra está preocupado que o aperto no mercado de trabalho vai aumentar as pressões sobre os preços.

tagreuters.com2022binary_LYNXMPEI8C0IE-BASEIMAGE