Mundialmente conhecidos pelo otimismo incondicional, os brasileiros estão, mais uma vez, no topo do ranking dos mais confiantes do planeta no quesito mercado de trabalho. Seja por fé ou por ufanismo, o País chamou a atenção em um estudo da consultoria Randstad, especializada em Recursos Humanos, por estar com o desemprego em alta (mais de 15 milhões de pessoas desocupadas) e, ao mesmo tempo, ter a população mais convicta de que a vacinação vai proporcionar um emprego melhor ainda neste ano.

Trabalhadores de todo o mundo estão mais otimistas com relação ao mercado de trabalho. Em média, 54% das pessoas tinham esse sentimento positivo quando a pesquisa foi executada, em março. Já no Brasil, 63% dos entrevistados estavam otimistas e apostaram em conseguir novas oportunidades de trabalho até o fim deste ano. O estudo englobou 27 mil trabalhadores, e seus resultados coincidem com o início da vacinação no país, com indícios da consequente retomada da economia.  

Desemprego no Brasil se mantém em nível recorde de 14,7%

Para Fabio Battaglia, CEO da Randstad no Brasil, apesar desse otimismo, é preciso cautela. “Ainda estamos vivendo momentos delicados da pandemia no Brasil. De qualquer forma, entendemos que esses dados contribuem para o planejamento das empresas que querem entender o sentimento de sua força de trabalho, desenhando assim o futuro a ser construído” afirmou o executivo. “A pesquisa tem esse papel, ser uma aliada dos líderes executivos, apontando possíveis caminhos sobre o que pode ser feito agora. Afinal, levará tempo para acomodarmos tantas mudanças e precisamos nos adaptar constantemente”, disse.

O estudo revelou ainda que 75% dos brasileiros já desejavam retornar ao local de trabalho assim que possível, seguindo o índice global de 78%. A maioria espera ter uma programação de trabalho híbrida, e esse parece ser o arranjo mais popular – Brasil 61% e Global 53% – já que muitos que conseguiram ficar remotos, adaptaram-se e tiraram o melhor proveito da situação. Esses, disseram que sua produtividade permaneceu a mesma ou até melhorou durante a pandemia, atribuindo vários motivos para essa evolução, como a eliminação do tempo perdido em deslocamentos e horários mais flexíveis. 

No entanto, o cenário não é totalmente otimista. Para quem trabalha em casa, a sensação de isolamento, a incapacidade de encontrar um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal, além do anseio por conexões pessoais com colegas continuam sendo preocupações de muitos. No Brasil, 58% sentem falta da interação social que os espaços de trabalho proporcionavam e 35% sentem dificuldade em equilibrar vida profissional e pessoal.