O desemprego no Brasil se manteve em seu menor nível em 13 anos durante o trimestre entre junho e agosto, mês em que entraram em vigor as tarifas aduaneiras impostas pelo presidente americano, Donald Trump, informou o IBGE nesta terça-feira (30).

A taxa de desocupação para o período foi de 5,6%, igual à anterior (maio-julho) e a mais baixa desde 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística adotou sua metodologia de cálculo atual.

O dado é o primeiro a levar em conta as tarifas aduaneiras impostas por Trump sobre vários produtos brasileiros de exportação, que entraram em vigor em 6 de agosto.

A maior economia da América Latina foi punida com uma das sobretaxas mais altas do mundo (50%) pelo que o presidente americano considera uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado, condenado este mês por tentativa de golpe de Estado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem confrontado Trump por esta medida e defendido a “soberania” brasileira.

No entanto, a crise diplomática esfriou na semana passada, quando os dois presidentes tiveram uma breve troca de palavras durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e combinaram um encontro.

Na comparação interanual, o desemprego caiu um ponto percentual.

“Mais de 1 milhão de brasileiros deixaram a condição de desocupação em um ano. O Brasil avança com mais empregos e mais dignidade para sua gente”, comemorou, em mensagem no X, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

O tarifaço de Trump afeta vários produtos cruciais da cesta brasileira, como café e carne.

No entanto, o setor agropecuário ainda não sentiu o impacto e registrou 333.000 novos empregos frente ao trimestre maio-julho.

Por outro lado, as sobretaxas tiveram um efeito imediato nas exportações brasileiras para os Estados Unidos, que caíram 18,5% em agosto em comparação com o mesmo mês de 2024, segundo dados oficiais.