07/11/2012 - 21:00
Papéis avulsos
Com resultados acima das expectativas dos analistas, as ações da Lojas Renner figuraram entre os maiores ganhos do Ibovespa na quarta-feira 31. Subiram 2,97% e fecharam a R$ 75,20. Na noite da véspera, a varejista havia informado um lucro líquido de R$ 68,5 milhões no terceiro trimestre, alta de 20,9% em relação a 2011. Analistas da Votorantim Corretora destacam o cenário econômico mais favorável para os varejistas, a bem-sucedida estratégia de antecipar a coleção Primavera-Verão e o efeito positivo da reforma das lojas.
No período, a empresa investiu R$ 86,4 milhões na sua rede, ante R$ 55,7 milhões no ano anterior. Desse montante, R$ 36,3 milhões foram aplicados em novas lojas. No período foram abertas duas unidades da Renner e duas da Camicado. Apesar de atrasos na abertura de shoppings reduzirem as inaugurações previstas para 2012 de 30 para 25, a Renner confirmou a abertura de 10 a 15 lojas especializadas no ano que vem. “Esperamos uma reação positiva do mercado, visto que os resultados do trimestre foram fortes”, dizem os analistas da Votorantim, que recomendam a manutenção do papel.
Holdings
Itaúsa recompra suas ações
A Itaúsa, holding controladora do Itaú Unibanco, anunciou um novo programa de recompra de ações. Segundo Henri Penchas, diretor de RI, a negociação prevê a aquisição de até 70 milhões de ações ordinárias e 240 milhões de preferenciais, sem redução do capital social.
Touro x Urso
Os maus resultados da Petrobras comprometeram o desempenho do Índice Bovespa no fim de outubro, que recuou 3,5% no mês. Os prognósticos do mercado para os resultados das empresas no terceiro trimestre, que deverão ser piores do que os dos exercícios anteriores, devem continuar exercendo uma pressão baixista sobre a média do mercado.
Quem vai lá
Amil deve sair do pregão
A nova controladora da Amil, a americana UnitedHealth Group, vai fechar o capital da empresa de saúde na Bolsa, e solicitou, na terça-feira 30, à Comissão de Valores Mobiliários, autorização para comprar todas as 111 milhões de ações em circulação. A expectativa é de que a empresa gaste R$ 3,4 bilhões, ou R$ 30,75 por ação.
Destaque no pregão
Cerveja gelada, lucros quentes
Um forte aumento nos preços, uma elevação discreta no volume de vendas e a mudança da composição de produtos ofertados para privilegiar as marcas com maior valor agregado garantiram aos acionistas da Ambev o direito de abrir uma cerveja para comemorar os resultados do trimestre. A companhia informou, na quarta-feira 31, um lucro líquido de R$ 2,5 bilhões, uma alta de 48,7% em relação ao mesmo período de 2011. A receita cresceu 15%, para R$ 8,04 bilhões.
Palavra do analista : Segundo Karina Freitas, da corretora Concórdia, as perspectivas são bastante favoráveis para a cervejaria, pelo aumento da renda per capita e do consumo de cerveja por habitante no Brasil.
Varejo
Hering à espera do verão
Apesar do resultado fraco no terceiro trimestre, com queda de 14,2% no lucro ante 2011, os analistas da Planner esperam bons números para a Cia. Hering, nos próximos trimestres. “A coleção de verão deve colaborar, mas só esperamos um crescimento mais consistente em 2013.” Em 2012, os papéis subiram mais de 48%.
Infraestrutura
Mais carga para a Santos Brasil
A Santos Brasil, operadora do porto de Santos, vem recebendo uma carga de boas notícias. O governo federal está preparando investimentos de R$ 43 bilhões no setor portuário até 2030. Seu faturamento no terceiro trimestre atingiu R$ 354,3 milhões, alta de 23,9% em relação ao ano passado, e a geração de caixa foi de R$ 165 milhões, 9,1% acima do esperado. Isso sustentou uma alta de 5,8% das ações na semana e de 19,1% no ano.
Mercado em números
JSL
R$ 860,4 milhões - Foi a receita bruta da empresa de logística no terceiro trimestre, alta de 25,4% em relação a 2011. O crescimento foi puxado pela receita recorde de serviços, que atingiu R$ 806,5 milhões.
EcoRodovias
R$ 291,2 milhões - É o valor aprovado pelo conselho de administração da empresa de concessões rodoviárias para o pagamento de dividendos relativos a 2011. Foi aprovado o pagamento de R$ 51 milhões em dividendos relativos a 2012.
Daycoval
R$ 98,4 milhões - Foi quanto o banco lucrou no terceiro trimestre de 2012. A alta de 2,8%, frente ao mesmo período de 2011, reflete o bom desempenho das carteiras de consignado e veículos da instituição.
OSX
R$ 8,2 milhões - Foi o lucro do estaleiro do empresário Eike Batista, no terceiro trimestre do ano. O valor representa uma queda de 75% em relação ao mesmo período de 2011.
ABC Brasil
R$ 55,1 milhões - Foi o ganho líquido do banco, entre julho e setembro de 2012, uma queda de 5,8% na comparação com os R$ 58,5 milhões, no mesmo período no ano anterior.
Pelo mundo
Lucro da Burger King cai 83%
A rede de fast-food Burger King lucrou US$ 6,6 milhões, no terceiro trimestre, queda de 83% na comparação com o mesmo período de 2011. A receita da companhia também caiu, para US$ 451,1 milhões, um recuo de 26%.
Telefónica alemã estreia em alta na bolsa
A unidade alemã da Telefónica, cujo nome comercial é O2, estreou na Bolsa de Frankfurt com alta de 4% para € 5,83. Além disso, o grupo espanhol captou € 1,45 bilhão na maior oferta pública inicial de ações dos últimos cinco anos na Alemanha.
UBS vai cortar dez mil empregos
O banco suíço UBS deve se desfazer dos negócios de renda fixa. A nova política do banco, que registra perdas de US$ 50 bilhões desde o início da crise, é a de se concentrar no private banking. A mudança vai custar os empregos de 10 mil funcionários na Suíça, na Inglaterra e nos Estados Unidos.
Personagem
O saudável lucro da Sulamérica
A melhora nas vendas e na eficiência operacional fez o lucro líquido da SulAmérica subir 8,9%, para R$ 106,7 milhões, no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2011. Para Guilherme Nahuz, gerente de Relações com Investidores, existe muito espaço para o setor de seguros crescer no Brasil, principalmente no ramo de saúde.
Guilherme Nahuz, gerente de RI: “Consolidação do mercado é mais lenta que há 10 anos”
Como está o mercado de seguros no Brasil?
O crescimento do setor nos últimos anos tem sido muito forte, pois a penetração dos seguros em relação ao Produto Interno Bruto é baixa, se comparada aos países desenvolvidos. Em 2011, no Brasil, o setor representava 3,9% do PIB. Só para comparar, na África do Sul esse percentual era de 12,9%.
Onde haverá maior crescimento?
Se dividirmos o mercado em nichos, vemos que há muito espaço para crescer principalmente nos seguros de autos e no de saúde suplementar. Hoje, apenas 25% da população é assistida por seguro saúde, e esse percentual tende a crescer com a melhora da renda. Outro ramo promissor é o de seguros de automóveis, pois apenas um terço da frota é segurada.
A SulAmérica é uma seguradora voltada para saúde. Ela vai continuar com esse foco?
Sim. Vamos manter a estratégia do crescimento orgânico nos ramos em que atuamos. Cerca de 70% do nosso faturamento tem origem no setor de saúde e no de odontologia. Outros 20% são de seguros de automóveis e o restante é pulverizado. Nossa principal captação de clientes acontece nos planos corporativos, principalmente nas pequenas e médias empresas.
Há planos para novas aquisições?
A última aquisição foi em 2011, quando compramos a operadora de planos odontológicos Dental Plan, no Nordeste, por R$ 28,5 milhões. Hoje, ainda existe algum movimento de consolidação no setor, mas não há mais tantas oportunidades. Se elas surgirem, temos caixa sem precisar captar recursos com esse objetivo.
Colaboraram: Patrícia Alves e Fernando Teixeira