O 1% da população do país com maior rendimento domiciliar tinha um rendimento médio equivalente a 39,2 vezes o rendimento dos 40% da população de menor renda em 2023. É o que mostram números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 19.

+ Renda média per capita no Brasil cresce 11,5% em 2023 e atinge maior valor em 12 anos

Os números fazem parte da PNAD Contínua e mostram que, apesar do aumento do rendimento médio domiciliar per capita de maneira geral, a desigualdade permaneceu acentuada no país.

Ainda de acordo com o IBGE, o décimo da população com maior rendimento domiciliar per capita tinha uma renda, em média, 14,4 vezes maior que o rendimento dos 40% da população com os menores rendimentos em 2023.

Apesar de ser considerada elevada na mensuração da desigualdade no país, essa razão se iguala à do ano anterior, permanecendo no menor nível da série histórica da pesquisa. O valor máximo da série foi observado em 2018, 17,1 vezes.

Poucos com muito

Segundo o IBGE, pode-se medir a desigualdade pela fatia da massa de rendimentos que cada segmento da população recebe. Em 2023, os 10% com a menor renda ficavam com somente 1,1% da massa de rendimentos do país. Já os 10% da população com renda domiciliar per capita mais elevada ficavam com 41,0% da massa de rendimentos.

Distribuição da massa de rendimento mensal real domiciliar per capita
Distribuição da massa de rendimento mensal real domiciliar per capita (Crédito:Reprodução)

O índice de Gini do rendimento mensal real domiciliar per capita manteve-se em 0,518, o menor da série histórica e o mesmo valor de 2022. O Gini mais alto da série (0,545) ocorreu em 2018. Esse indicador mede a concentração de renda e varia de 0 (máxima igualdade) a 1 (máxima desigualdade).