Na segunda-feira 12, a empresa de telefonia Verizon anunciou a compra da AOL por US$ 4,4 bilhões. A transação marca o fim de uma era. Em 10 de janeiro de 2000, os executivos Steve Case, CEO da provedora de acesso à internet AOL, e o Gerald Levin, chairman do conglomerado de mídia Time Warner, assombraram o mundo quando anunciaram a fusão das duas empresas. Na época considerado o maior negócio da história, a transação foi estimada em US$ 163 bilhões em troca de ações e colocou a AOL como protagonista do acordo. Seus acionistas ficaram com 55% da nova empresa.

A gigante Time Warner, dona da rede de tevê a cabo CNN, dos estúdios Warner Bros. e da revista Time, era engolida por um gigante da nascente indústria digital. No auge da bolha pontocom, o negócio fazia sentido. Nos anos 1990, a AOL era sinônimo de acesso à internet e uma das companhias mais promissoras do mundo. Os analistas de mercado consideram que o espólio da ex-gigante de internet será útil para a operadora abrir novas frentes de receita. “A AOL tem tecnologia para ajudar a Verizon a monetizar de maneira mais eficiente do que a simples venda de assinaturas”, afirma Bill Menezes, analista da consultoria americana Gartner.

“O conteúdo e tecnologia de propaganda ajudarão a Verizon a competir contra Google e Facebook.” Trata-se de um triste fim para a AOL e um indicativo de como as mudanças acontecem velozmente na área digital. Empresas consideradas invencíveis e nascidas para durar são rapidamente suplantadas por outras. O erro da AOL foi ter limitado-se a ser uma provedora de acesso e de conteúdo. Dessa forma, assistiu passivamente à ascensão do Google e do Facebook, os novos donos do pedaço na web. Nove anos depois, a fusão AOL Time Warner era desfeita e Tim Armstrong, ex-Google, passou a comandar a AOL.

O executivo ficou famoso por comprar de sites de conteúdo como TechCrunch e Huffington Post. Mas o pulo do gato da estratégia de Armstrong estava na arquitetura de um sistema de publicidade online. O executivo adquiriu pequenas empresas de marketing, como Pictela, Convertro e Adap.tv, e de vídeo, como StudioNow, GoViral e Vidible. Com isso, a AOL tornou-se proprietária de um conjunto de ativos respeitáveis nos negócios de celulares e vídeo. Uma das joias da coroa é o AOL On, plataforma ao estilo Netflix, que já conta com produções próprias.