Dezenas de civis e combatentes do grupo Estado Islâmico (IS), incluindo estrangeiros, se renderam nesta terça-feira às Forças Democráticas da Síria (FDS), combatentes curdos-árabes no leste da Síria, que exigem a capitulação dos jihadistas.

Há vários dias que ninguém deixa este pequeno setor sob o controle da EI na cidade de Baghuz, e o FDS interrompeu suas operações, temendo que os civis sejam usados como “escudos humanos”.

Em Baghuz, uma pequena cidade na província de Deir Ezzor, perto da fronteira com o Iraque, os combatentes do EI estão encurralados em uma área de meio quilômetro quadrado. Nesta terça-feira, três ataques aéreos e explosões de artilharia concentraram-se nesse setor.

Entretanto, pela primeira vez em quatro dias “dezenas de civis e alguns combatentes se renderam às FDS”, disse o porta-voz da forma, Adnan Afrin, a jornalistas.

Entre eles “há estrangeiros, mas suas nacionalidades ainda não são conhecidas”, disse ele.

“Ainda há combatentes que não querem se render, e há muitos civis no setor”, disse ele.

Desde o início de dezembro, cerca de 40 mil pessoas, principalmente famílias jihadistas, fugiram desse setor, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A ONU expressou sua “preocupação” na terça-feira sobre as “200 famílias, que incluem mulheres e crianças, e que aparentemente estão bloqueadas no pequeno setor ainda controlado pelo EI”.

Na cidade de Baghuz, os combatentes do EI controlam apenas algumas casas, onde são refugiados em túneis, no meio de um mar de minas com as quais tentam impedir o avanço das FDS.

Os jihadistas têm apenas duas opções, “se render ou morrer em combate”, disse o porta-voz das FDS, Mustefa Bali.

O OSDH, no entanto, relatou “negociações” entre a SDS e os jihadistas, que exigiriam um “corredor de saída”.

O OSDH não pôde especificar o destino para o qual os combatentes da EI gostariam de ser transferidos. Os responsáveis pelas FDS negaram à AFP que houve negociações.