06/10/2022 - 6:04
Ao menos 16 migrantes morreram e dezenas estão desaparecidos após dois naufrágios na costa da Grécia, informou nesta quinta-feira (6) a Guarda Costeira.
De acordo com o porta-voz da Guarda Costeira, Nikos Kokkalas, 16 corpos de mulheres foram encontrados após um naufrágio ao leste da ilha de Lesbos.
Nove mulheres foram resgatadas e 14 pessoas estão desaparecidas. As autoridades gregas acreditam que 40 pessoas estavam a bordo da embarcação.
“As mulheres estavam em pânico absoluto”, disse Kokkalas.
Algumas horas antes aconteceu outro naufrágio, perto da ilha de Citera, ao sul da península do Peloponeso. A embarcação transportava 95 pessoas, segundo a Guarda Costeira.
Kokkalas afirmou que não há um balanço oficial do naufrágio. Alguns migrantes conseguiram nadar até o resgate e uma operação combinada de navios, bombeiros e policiais conseguiu encontrar 80 pessoas, procedentes do Irã, Iraque e Afeganistão.
O grupo tinha sete mulheres e 18 crianças. Kokkalas afirmou que a embarcação foi completamente destruída.
Os ventos, que chegavam a 102 km/h, prejudicaram os trabalhos de resgate na região de Citera.
O tráfico de migrantes a partir da Turquia aumentou no sul da Grécia à medida que os contrabandistas tentam evitar o reforço dos controles no Mar Egeu.
Grécia, Itália e Espanha são as principais vias de entrada na União Europeia para milhares de pessoas que fogem da África e do Oriente Médio em busca de segurança e melhores condições de vida.
A Guarda Costeira grega informou que resgatou 1.500 pessoas nos primeiros oito meses do ano, contra menos de 600 no ano passado.
Desde janeiro, 64 pessoas morreram em tentativas de chegar à Europa a partir das costas da Turquia, contra 111 em todo o ano de 2021, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A Grécia nega as afirmações de grupos de defesa dos direitos humanos de que muitas pessoas foram devolvidas para a Turquia sem a oportunidade de solicitar asilo.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que tem uma forte rivalidade com Atenas, afirmou em setembro que as “políticas opressivas” da Grécia contra os imigrantes estavam transformando o Egeu em um “cemitério”.
O ministro das Migrações da Grécia, Notis Mitarakis, respondeu esta semana que a Turquia está “empurrando violentamente os migrantes para a Grécia”.
Ele disse que a Turquia viola as “leis internacionais” e um acordo migratório de 2016 entre a UE e a Turquia, pelo qual o bloco concedeu ajuda econômica a Ancara para que limitasse as saídas de migrantes a partir de seu território. A Turquia nega as acusações.