Antes mesmo de pressionar o leitor biométrico do sistema que libera a entrada de visitantes no centro de distribuição da DHL Express, na zona oeste de São Paulo, o CEO Joakim Thrane avisa: “O local é menor do que se imagina para uma companhia de logística do porte da DHL, mas isso é estratégico, porque não queremos que os produtos fiquem aqui por muito tempo”. Mais do que deixar claro que a palavra de ordem é agilidade, a frase expressa a estratégia minimalista da gigante alemã do setor de logística, cujo faturamento foi de € 13,4 bilhões em 2012. 

 

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Thrane, CEO da DHL: “Nosso principal negócio é conectar os consumidores

e as pequenas e médias empresas brasileiras com o mundo” 

 

A DHL Express opera em mais de 220 países e tem 120 mil destinos em seu mapa. De acordo com o executivo dinamarquês, a aposta em pequenos espaços tem sido seu grande diferencial. “Nosso principal negócio é conectar os consumidores, as pequenas e as médias empresas brasileiras com o mundo”, diz o executivo. Para cumprir o objetivo, a empresa investiu US$ 662,9 milhões na América Latina em 2012, região que registrou uma receita de € 1,3 bilhão no ano passado e na qual o Brasil é protagonista, com uma carteira de mais de 23,4 mil clientes. 


O montante é o combustível para que a filial cresça na casa dos dois dígitos neste ano. Neste recursos estão incluidos os gastos com a construção de uma área de carga no aeroporto de Miami, nos EUA. O local é um importante ponto de escoamento de encomendas para a América Latina. No Brasil, os gastos incluíram a abertura de filiais em Salvador e Recife, além de um terminal de cargas no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro. Dessa forma, os produtos endereçados para os fluminenses não precisarão ser despachados via Guarulhos ou Viracopos, em São Paulo, para cumprir os requisitos alfandegários. 

 

“O volume de importação no Brasil cresce a passos largos, por conta do aumento da renda da população e do custo Brasil, que deixa os produtos estrangeiros mais atrativos”, afirma Gisela Sousa, consultora do Instituto de Logística e Supply Chain. Atualmente, 80% da receita da DHL Express do Brasil provém de transações com remessas internacionais. A companhia se mantém longe da briga pelas entregas domésticas. Um mercado que movimenta R$ 17 bilhões, é dominado pelos Correios e que a partir de 2014 ganhará um concorrente de peso, a americana Fedex. “É um segmento no qual as operadoras costumam recorrer à terceirização para cobrir todas as regiões,” diz Gisela. Thrane, por sua vez, pretende assistir a essa disputa do alto, a bordo de uma das 15 aeronaves que transportam, diariamente, os pacotes de clientes da DHL.

 

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