Neste sábado, 12, se celebra tanto o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, como o Dia das Crianças. Além de um dia de conscientização sobre os direitos infantis, a data, como suas similares, também rende movimentação no comércio, já que a tradição é presentear os pequenos neste dia.

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Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo) e professor da FIA Business School, explica que, a Liga das Nações, entidade precursora da ONU, aprovou em 1924 a Declaração dos Direitos da Criança, que é considerada um marco na defesa dos direitos infantis.

No ano seguinte, durante uma conferência mundial sobre o bem-estar infantil, foi escolhido o dia 1º de junho como o Dia Internacional da Criança, data ainda celebrada em muitos países, conta.

Quase 30 anos depois, a ONU recomendou que todos os países instituíssem o Dia Universal da Criança, sugerindo que cada nação escolhesse a data mais apropriada.

Mas, no Brasil, a data já começou a ser comemorada em 12 de outubro desde 1924, pois em 12 de outubro de 1923 foi realizado o Congresso Sul-Americano da Criança, no Rio de Janeiro, um evento que reuniu especialistas em infância na época para tratar de educação e desenvolvimento infantil. Em 5 de novembro daquele ano, o presidente Artur Bernardes instituiu oficialmente a data por meio do decreto nº 4867.

Segundo o SindilojasRio, a data também faz referência ao 12 de outubro de 1492, quando Cristóvão Colombo chegou à América, chamada durante séculos de “Continente-Criança”.

Já o espírito comercial da data começou nos anos 1960. Foi o ano em que a fábrica de brinquedos Estrela, em parceria com a Johnson & Johnson, lançou uma campanha promocional para impulsionar as vendas em outubro, chamada “Semana do Bebê Robusto”. Logo a iniciativa foi copiada por outras empresas e nas décadas seguintes e a data se consolidou como um evento importante no calendário do varejo.

Vendas

A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL-SP) projeta que o comércio deve movimentar cerca de R$ 124 milhões na data, marcando um crescimento de 5% em comparação ao ano anterior.

Já a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), tem uma expectativa mais comedida, de movimentação financeira de R$ 9,35 bilhões, aumento de 2,6% em relação a 2023.

De acordo com a CNC, o preço médio da cesta de produtos relacionados à data deve ter uma variação de 2,8% em 2024, uma desaceleração em relação ao aumento de 6,7% registrado em 2023.

A alta nos preços será impulsionada por itens como livros (aumento de 9,7%), chocolates (acréscimo de 7,2%) e sapatos infantis (elevação de 6,5%). Por outro lado, itens como bicicletas (queda de 4,3%), ingressos para cinema e teatro (retração de 3,9%) e brinquedos (redução de 2,8%) deverão ficar mais baratos em relação ao ano passado.

A projeção da Confederação é de que o segmento de vestuário e calçados será o principal destaque das vendas em 2024, respondendo por 27% do volume projetado, o que corresponde a R$ 2,5 bilhões. Na sequência, o setor de eletroeletrônicos e brinquedos representa 25% das vendas, com movimentação estimada de R$ 2,3 bilhões. Perfumarias e farmácias, por sua vez, têm previsão de faturamento de R$ 2,1 bilhões, com o maior crescimento percentual em relação ao ano passado, previsto em 6%.

O Dia das Crianças é considerado o terceiro evento mais importante do calendário de vendas do varejo nacional, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.