Há quase 40 anos, todo dia 13 de junho é comemorado no Brasil o “Dia Mundial do Rock”, data escolhida como homenagem ao Live Aid, um dos primeiros megaeventos beneficentes, realizado neste dia, em 1985. De lá para cá o rock deixou de ter o protagonismo que carregou por décadas e, apesar de muitas pessoas acreditarem que o “rock morreu”, os serviços de streaming e as inúmeras possibilidades de gerenciamento de conteúdo mostram que a indústria segue viva e ativa.

Um desses sinais é a quantidade de artistas consagrados não somente no gênero, mas alçados a ícone pop, que venderam seus catálogos por cifras milionárias para gravadoras ou fundos de investimentos. É o caso de Bob Dylan, David Bowie, Neil Young, Paul Simon, Sting, Stevie Nicks, Bruce Springsteen, entre outros medalhões da indústria musical.

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Vender o catálogo, apesar de parecer perda do controle administrativo do próprio material, é uma forma de manter o legado ativo e abastecer a conta bancária por gerações. Muitos desses artistas não souberam gerir seus patrimônios e chegaram à terceira idade financeiramente quebrados.

Fora isso, a pandemia colocou todo mundo em casa e as megaturnês que movimentavam milhões foram escanteadas por praticamente dois anos inteiros. Vender as músicas, neste cenário, também é uma forma de conseguir pagar as contas.

Agora, nem tudo são flores e existem casos clássicos de discordância entre autor e o dono do catálogo, como o ocorrido na década de 1980, após Michael Jackson adquirir as músicas dos Beatles.

Isso porque Paul McCartney, que era amigo e parceiro de Jackson, ficou animado com a possibilidade de alcance que as músicas dos Beatles teriam sob o comando do então “Rei do Pop”, porém os ex-integrantes do quarteto de Liverpool se aborreceram com um comercial da Nike tendo como fundo musical a canção “Revolution”.

Além do desvirtuamento da letra escrita por John Lennon e McCartney, a questão levou a briga e rompimento do ex-baixista dos Beatles com Michael Jackson. O catálogo do grupo britânico não teve a movimentação esperada nos anos seguintes e os próprios músicos só podiam tocar suas canções se pagassem uma espécie de aluguel por elas. Em 2017, 8 anos após a morte de Jackson, Paul McCartney recuperou seu próprio catálogo da Sony.

10 artistas que venderam suas músicas

Veja a seguir alguns dos artistas que venderam seus catálogos e quanto receberam (valores não oficiais):

1 – Bob Dylan: o prêmio Nobel de literatura vendeu mais de 600 canções para a Universal por cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão), em 2020;

2 – Neil Young: na ativa desde os anos 1960, o canadense vendeu em 2021 metade da participação em suas músicas para o fundo de investimentos Hipgnosis Songs Fund Limited. São mais de mil músicas da carreira solo e das parcerias com o Bufflao Springfield, além do supergrupo Crosby, Stills, Nash & Young;

3 – Bruce Springsteen: nas paradas de sucesso há 50 anos, Springsteen vendeu em 2021 seus direitos musicais para a Sony em um valor que movimentou US$ 500 milhões, segundo a Billboard;

4 – David Bowie: morto em 2016, Bowie ainda movimenta bilhões com suas músicas. A Warner Chappel Music é atual detentora do catálogo do músico inglês e, segundo publicações especializadas, pagou mais de US$ 250 milhões ao espólio do cantor em 2022;

5 – Stevie Nicks: eternizada nos vocais do grupo Fleetwood Mac, Nicks negociou seu catálogo por US$ 100 milhões. Parceiros da cantora no grupo, Lindsay Buckingham e Mick Fleetwood também venderam suas partes;

6 – Red Hot Chilli Peppers: os norte-americanos também venderam a gestão do catálogo musical para o fundo Hipgnosis em um acordo com valor estimado em US$ 150 milhões;

7 – Paul Simon: eternizado na dupla com Art Garfunkel, Paul Simon ganhou inúmeros Grammys ao longo da carreira e vendeu seu catálogo para a Sony Music.

8 – Mötley Crüe: famosíssima na década de 1980, a banda de hard rock Mötley Crüe negociou suas músicas com a BMG por US$ 150 milhões, segundo a Variety;

9 – Sting: ex-baixista do trio The Police, Sting mantém carreira solo de relativo sucesso ainda hoje. Suas músicas, incluindo as do Police, foram vendidas para a Universal em valores na casa dos US$ 250 milhões;

10 – David Crosby: parceiro de Neil Young no Crosby, Stills, Nash & Young, David Crosby sentiu a paralização da pandemia e a falta de dinheiro o motivou a vender seu catálogo de músicas. Segundo o norte-americano, além da falta de shows, a baixa remuneração das plataformas de streaming aceleraram a venda das canções.