O índice Bovespa fechou 2005 acumulando valorização da ordem de 27%. Superou, assim, as demais aplicações financeiras ? incluindo a renda fixa, apesar dos juros na lua. Mas os ganhos não foram iguais para todos. ?Dentro de um mesmo setor, algumas empresas se destacaram e outras não foram bem?, observa Manoel Horácio Francisco da Silva, presidente do Banco Fator. Para este ano, com a queda dos juros e mais crescimento econômico, as perspectivas de ganho no mercado de ações são ainda melhores ? sobretudo para quem souber ir além da média da Bolsa e escolher os papéis com melhor potencial de valorização. A seguir, DINHEIRO apresenta 10 dicas de ações apontadas por analistas como as ?bolas da vez?.

1-Alpargatas
É uma empresa diversificada, que produz de Havaianas a Topper. Fez reposicionamento estratégico, vendendo linhas menos rentáveis. E fortaleceu as categorias de melhor margem. É muito sensível ao nível de renda do consumidor, que deve crescer com o reaquecimento da economia. Exporta 30% do que produz.

Preço atual: R$ 58,00

Preço alvo: R$ 76,50 (Corretora Fator)

2-Aracruz
A Aracruz opera de forma integrada desde a extração da madeira até o embarque do produto acabado, o que lhe garante um dos menores custos de produção do mundo. Atualmente, passa pela maior fase de crescimento de sua história, e o atual patamar de preços da celulose projeta bons resultados para a companhia neste ano.

Preço atual: R$ 9,03

Preço alvo: R$ 14,00 (Concórdia)

3-Bradesco
Os bancos continuarão se beneficiando da expansão do crédito em 2006. E o Bradesco talvez seja a instituição com melhor provisionamento para qualquer nível de inadimplência. O analista Marco Melo, da corretora Ágora, prevê aumento de até 25% na receita de intermediação financeira do banco, bem acima da média do setor.

Preço atual: R$ 69,80

Preço alvo: R$ 82,24 (Ágora)

4-CPFL Energia
O forte potencial de crescimento do consumo de energia elétrica nas áreas de concessão da companhia (Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul) traz boas perspectivas para a companhia neste ano. O consumo per-capita de energia nos mercados paulista e gaúcho tende a ficar acima da média nacional.

Preço atual: R$ 26,65

Preço alvo: R$ 32,30 (Concórdia)

5-CSN
A CSN informou ao mercado que pretende aumentar o mix de vendas para recompor a participação dos segmentos de galvanizados e folhas metálicas. Ao mesmo tempo, os preços nos EUA têm avançado com o crescimento da demanda. A corretora Socopa recomenda a compra para investidores com perspectiva de médio e longo prazos.

Preço atual: R$ 48,60

Preço alvo: R$ 70,42 (Socopa)

6-Gerdau
Com queda dos juros e ano eleitoral, é quase inevitável o aumento da demanda por aço para a construção civil, especialidade do grupo. Também no mercado internacional espera-se forte aumento de consumo. Por fim, a Gerdau concorrerá com boas chances em licitações para reconstruir cidades americanas atingidas por furacões.

Preço atual: R$ 34,01

Preço alvo: R$ 50,03 (Ágora)

7-OHL Brasil
A concessionária de rodovias tem registrado aumento no tráfego das estradas que administra e na tarifa média que cobra. Neste início de ano, está concorrendo a novas concessões em São Paulo e Minas Gerais. Como reduziu seu endividamento no último ano, tem bom potencial para aquisições de novas licenças.

Preço atual: R$ 24,33

Preço alvo: R$ 28,20 (Socopa)

8-Sadia
Localizada no Brasil, longe dos focos de gripe aviária, a Sadia é forte exportadora e trabalhou bem os principais mercados externos nos últimos sete anos. Tem boas perspectivas de receita em moeda estrangeira em 2006. Com o aumento da demanda interna esperado para este ano, revela-se uma boa aposta de rentabilidade.

Preço atual: R$ 6,25

Preço alvo: R$ 8,00 (Corretora Fator)

9-Telemar
As ações da Tele Norte Leste Participações (TNL) estão baratas há anos. A cotação caiu mais do que a média das telecom quando a bolha da Nasdaq estourou, em 2001. E ainda não se recuperou. A empresa paga muito dividendo, o que não é normal no setor. E já fez os investimentos necessários em sua rede.

Preço atual: R$ 42,57

Preço alvo: R$ 73,90 (Corretora Fator)

10-Cia. Vale do Rio Doce
Há perspectiva de crescimento das margens de lucro, e a demanda internacional segue forte. Na negociação com siderúrgicas européias e japonesas, a Vale deve conseguir um novo aumento de 10% a 20%, em cima dos 75% aplicados em 2005. O retorno esperado com dividendos é de 6%, acima da média do mercado.

Preço atual: R$ 85,70

Preço alvo: R$ 123,11 (Ágora)

Obs: os preços atuais foram colhidos na segunda semana de dezembro, 2005; preços alvos são para o fechamento de 2006