O volume de diesel vindo dos Estados Unidos deve ultrapassar o da Rússia entre agosto e setembro. A afirmação é do segundo presidente da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), entidade que reúne importadoras de combustíveis.

“O setor brasileiro já vem optando por contratos com o mercado americano. Deve haver normalização em novembro, quando as refinarias russas voltarem a operar”, disse Sérgio Araújo à coluna.

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Desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia se tornou a principal fornecedora do Brasil, responsável por 60% do diesel importado e mais de US$ 13 bilhões em compras desde 2022. Só no segundo trimestre de 2025, o volume importado de Moscou cresceu 229% em relação ao ano anterior, alcançando 122 mil barris por dia.

O movimento recente, porém, tem menos a ver com pressões da Casa Branca e mais com o mercado.

“Efetivamente, nada mudou com as ameaças de Trump. O preço do diesel russo subiu dois centavos de dólar por galão, houve redução da oferta por sazonalidade, e contratos foram fechados com refinarias americanas”, explicou Araújo.

O deslocamento das importações ocorre em meio ao risco de sanções. Os EUA já aplicaram tarifas de 50% à Índia por importar derivados russos, e há temor de que o Brasil seja o próximo alvo. Com capacidade de refino para apenas 70% do diesel que consome, o país depende do mercado externo e busca alternativas para evitar impacto direto nos preços internos.

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