18/09/2024 - 11:21
A diferença salarial entre homens e mulheres nas empresas com 100 ou mais empregados cresceu para 20,7% , aponta o 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No relatório anterior, apresentado no mês de março, a diferença apontada era de 19,4%.
A maior diferença aparece na comparação das mulheres negras com homens não-negros. O valor recebido pelas mulheres negras (R$ 3.565,48) equivale a 50,2% da remuneração média dos homens do grupo destacado (R$ 5.464,29). Mulheres não negras têm um rendimento médio de R$ 4.249,71.
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A média salarial total dos homens é de R$ 4.495,39, enquanto a das mulheres é de R$ 3.565,48. A disparidade também aparece em cargos de direção e gerência, em que as mulheres ganham 27% menos do que os homens. Em cargos com nível superior, a diferença chega a 31,2%.
Mulheres responsáveis por liderança são, no entanto, uma raridade. Os dados apontam que em 53% estabelecimentos (26.873) com 100 ou mais empregados não havia pelo menos 3 mulheres em cargos de gerência ou direção da empresa, e assim os cálculos sobre diferenças salariais não puderam ser realizados.
Medidas de combate à desigualdade
Segundo o MTE, há 31% das empresas em que a disparidade salarial entre homens e mulheres está em cerca de 5%. “Queremos entender como essas empresas conseguiram alcançar essa proximidade de equidade e aplicar as boas práticas em outros locais”, afirmou Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE.
Outra medida divulgada pelo Ministério foi uma portaria para implementação da Lei nº 14.611, de 3 de julho de 2023, que cria mecanismos de transparência para fiscalização das empresas e canais para denúncia de casos de desigualdade salarial.