Repercutiu nas redes sociais o caso de uma moradora Cariacica (ES), em que mostra discriminação durante uma seleção para uma vaga de emprego. Em mensagens de WhatsApp, o recrutador ‘julga’ a candidata Samara Braga por não estar disponível para entrevista, após se atrasar cerca de 3h conforme combinado.

Em seguida, o homem, que atende por ‘Fábio’, afirma que é “sempre difícil contratar quem tem filhos”, diante da explicação de Samara sobre ter compromissos, incluindo buscar o filho na escola. Samara compartilhou a situação no LinkedIn e voltou a comentar o caso após a repercussão.

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“Meu filho é a minha maior motivação. Corro atrás pra pagar as minhas contas e não deixar faltar nada pra ele. Pessoas assim não deveriam trabalhar gerindo pessoas”, desabafou a assistente administrativa.

Segundo ordenamentos jurídicos brasileiros, como a Constituição Federal e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), há mecanismos que vedam qualquer tipo de discriminação e que defendem o que chama de princípio da igualdade.

“Destaco especialmente o artigo 373 da CLT, que trata de normas que visam a proteção e visam evitar qualquer tipo de discriminação contra a mulher em razão do sexo, em razão de situação familiar, em razão de gravidez”, reforça Lucas Baffi, advogado e professor da Facha.

Uma pesquisa do Infojobs relevou que, em processos seletivos, 61,9% das mulheres afirmam que já enfrentaram situações invasivas, onde o foco não era apenas suas habilidades profissionais.

Neste cenário, 78,4% das participantes acreditam que já perderam alguma oportunidade por ser mulher. A pesquisa realizada em março de 2023, com a participação de 879 pessoas que se identificam com o gênero feminino, de 18 a 60 anos.

“Ter filhos não deve ser um impedimento para que um profissional seja contratado, uma vez que a responsabilidade do profissional é ser avaliado pela entrega e resultados. É preciso denunciar ao Ministério do Trabalho para reforçar a importância do papel e cada indivíduo na sociedade e da boa conduta, além de servir de exemplo para que outros casos não aconteçam”, afirma Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.